Neste nosso sexagésimo segundo comentário sobre Os Lusíadas, continuaremos a ler o sétimo canto da obra, onde Camões canta a visita e a proposta que o capitão Vasco da Gama faz ao rei de Calecut.
CANTO VII – ESTROFE 42
“O rei de Calecut manda um ministro ir recepcionar o capitão Vasco da Gama e os portugueses”
Assi contava o Mouro; mas vagando
Andava a fama já pela cidade
Da vinda desta gente estranha, quando
O rei saber mandava da verdade;
Já vinham pelas ruas caminhando,
Rodeados de todo sexo e idade,
Os principais, que o rei buscar mandara
O capitão da armada que chegara.
Assi contava o Mouro; mas vagando andava a fama já pela cidade da vinda desta gente estranha, quando o rei saber mandava da verdade; Já vinham pelas ruas caminhando, rodeados de todo sexo e idade, os principais, que o rei buscar mandara o capitão da armada que chegara. (1)
(1) Enquanto o mouro sobre a sociedade indiana, a circulava pela cidade de Calecut a notícia da chegada dos marinheiros portugueses; o rei, querendo saber se era verdade, manda os nobres, que estavam cercados de homens e mulheres de todas as idades, irem buscar o capitão da armada que chegará. Camões canta que, enquanto o mouro contava aos portugueses as peculiaridades da sociedade indiana, já circula a notícia da chegada dos marinheiros na cidade, tanto que o rei mandou que seus nobres averiguassem a veracidade da notícia.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Enquanto o mouro sobre a sociedade indiana, a circulava pela cidade de Calecut a notícia da chegada dos marinheiros portugueses; o rei, querendo saber se era verdade, manda os nobres, que estavam cercados de homens e mulheres de todas as idades, irem buscar o capitão da armada que chegará.
CANTO VII – ESTROFE 43
“O capitão Vasco da Gama deixa as naus portuguesas e entra na cidade”
Mas ele, que o rei já tem licença
Pera desembarcar, acompanhado
Dos nobres portugueses, sem detença
Parte, de ricos panos adornado.
Das cores a fermosa diferença
A vista alegre ao paço alvoroçado:
O remo compasso fere frio
Agora o mar, depois o fresco rio.
Mas ele, que o rei já tem licença pera desembarcar, acompanhado dos nobres portugueses, sem detença parte, de ricos panos adornado. Das cores a fermosa diferença a vista alegre ao paço alvoroçado: o remo compasso fere frio agora o mar, depois o fresco rio. (1)
(1) O capitão Vasco da Gama, como tinha permissão do rei de Portugal para desembarcar nessa situação, logo parte das naus rumo à cidade, estando ele acompanhado dos nobres portugueses e vestindo ricas vestimentas. A variedade das cores do capitão português alegrava a vista do povo alvoroçado, sendo que ele mergulhou a sua lança nas águas do mar e, depois, nas águas do rio que estava próximo. Camões canta que o capitão Vasco da Gama deixa as naus portuguesas e entra na cidade de Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
O capitão Vasco da Gama, como tinha permissão do rei de Portugal para desembarcar nessa situação, logo parte das naus rumo à cidade, estando ele acompanhado dos nobres portugueses e vestindo ricas vestimentas. A variedade das cores do capitão português alegrava a vista do povo alvoroçado, sendo que ele mergulhou a sua lança nas águas do mar e, depois, nas águas do rio que estava próximo.
CANTO VII – ESTROFE 44
“O indiano, chamado Catual, recebe o capitão Vasco da Gama e os portugueses com festa”
Na praia um regedor do reino estava,
Que na sua língua Catual se chama,
Rodeado de Naires, que esperava
Com desusada festa o nobre Gama.
Já na terra, nos braços o levava,
E num portátil leito uma rica cama
Lhe oferece em que vá, (costume usado)
Que nos ombros dos homens é levado.
Na praia um regedor do reino estava, que na sua língua Catual se chama, rodeado de Naires, que esperava com desusada festa o nobre Gama. Já na terra, nos braços o levava, e num portátil leito uma rica cama lhe oferece em que vá, (costume usado) que nos ombros dos homens é levado. (1)
(1) Na praia de Calecut, um ministro do reino, que na sua língua se chama Catual, esperava com festa e cercado de Naires o nobre capitão Vasco da Gama. Já na terra, o ministro o leva carregado por um liteira, que era levada por homens nos homens, sendo este um costume local. Camões canta que o capitão Vasco da Gama é recepcionado em Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Na praia de Calecut, um ministro do reino, que na sua língua se chama Catual, esperava com festa e cercado de Naires o nobre capitão Vasco da Gama. Já na terra, o ministro o leva carregado por um liteira, que era levada por homens nos homens, sendo este um costume local.
CANTO VII – ESTROFE 45
“O capitão Vasco da Gama e o ministro Catual seguem juntos pela cidade de Calecut até o palácio do rei”
Destarte o Malabar, destarte o Luso,
Caminham lá pera onde o rei espera;
Os outros portugueses vão ao uso
Que infantaria segue, esquadra fera;
O povo, que concorre, vai confuso
De ver gente estranha, e bem quisera
Perguntar, mas no tempo já passado
Na torre de Babel lhe foi vedado.
Destarte o Malabar, destarte o Luso, caminham lá pera onde o rei espera; os outros portugueses vão ao uso que infantaria segue, esquadra fera; o povo, que concorre, vai confuso de ver gente estranha, e bem quisera perguntar, mas no tempo já passado na torre de Babel lhe foi vedado. (1)
(1) Desta forma, o ministro de Calecut e o capitão lusitano caminham até onde o rei o espera; os outros portugueses acompanham a pé, como uma feroz esquadra; o povo acompanha confuso a estranha gente portuguesa, desejando fazer algumas perguntas, mas não podiam, pois, como já se passou a época da Torre de Babel que todos falavam o mesmo idioma, eles não conseguiam se comunicar. Camões canta que o capitão Vasco da Gama e seus marinheiros seguem caminho até o rei de Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Desta forma, o ministro de Calecut e o capitão lusitano caminham até onde o rei o espera; os outros portugueses acompanham a pé, como uma feroz esquadra; o povo acompanha confuso a estranha gente portuguesa, desejando fazer algumas perguntas, mas não podiam, pois, como já se passou a época da Torre de Babel que todos falavam o mesmo idioma, eles não conseguiam se comunicar.
CANTO VII – ESTROFE 46
“O capitão Vasco da Gama e o ministro Catual entram num templo”
O Gama e o Catual iam falando
Nas cousas que lhe o tempo oferecia;
Monçaide entr’eles vai interpretando
As palavras que de ambos entendia.
Assi pela cidade caminhando,
Onde uma rica fábrica se erguia
De um sumptuoso templo, já chegavam,
Pelas portas do qual juntos entravam.
O Gama e o Catual iam falando nas cousas que lhe o tempo oferecia; Monçaide entr’eles vai interpretando as palavras que de ambos entendia. Assi pela cidade caminhando, onde uma rica fábrica se erguia de um sumptuoso templo, já chegavam, pelas portas do qual juntos entravam. (1)
(1) O capitão Vasco da Gama e o ministro Catual iam conversando sobre a ocasião, com o mouro Monçaide traduzindo as palavras que entre ambos entendia. Assim seguiam caminhando pela cidade para um sumptuoso tempo que estava em construção, passando os dois juntos pelas suas portas. Camões canta que o capitão Vasco da Gama atravessa a cidade com o ministro de Calecut até o local onde está o rei indiano.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
O capitão Vasco da Gama e o ministro Catual iam conversando sobre a ocasião, com o mouro Monçaide traduzindo as palavras que entre ambos entendia. Assim seguiam caminhando pela cidade para um sumptuoso tempo que estava em construção, passando os dois juntos pelas suas portas.
CANTO VII – ESTROFE 47
“No templo de Calecut estão várias representações das divindades indianas”
Ali estão das deidades as figuras,
Esculpidas em pau e em pedra fria,
Vários de gestos, vários de pinturas,
A segundo o demônio lhe fingia:
Vêem-se as abomináveis esculturas,
Qual a quimera em membros se varia:
Os cristãos olhos, a ver Deus usados
Em forma humana, estão maravilhados.
Ali estão das deidades as figuras, esculpidas em pau e em pedra fria, vários de gestos, vários de pinturas, a segundo o demônio lhe fingia: vêem-se as abomináveis esculturas, qual a quimera em membros se varia: os cristãos olhos, a ver Deus usados em forma humana, estão maravilhados. (1)
(1) No templo estão esculpidas em pau e pedra fria a figuras das deidades, de vários aspectos e de várias pinturas, tudo conforme o demônio inspirava; veem-se as abomináveis esculturas de quimeras com vários membros; os olhos dos cristãos, ao verem a forma humana de Deus, ficam maravilhados. Camões canta as esculturas que o capitão Vasco da Gama e seus marinheiros veem no templo em Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
No templo estão esculpidas em pau e pedra fria a figuras das deidades, de vários aspectos e de várias pinturas, tudo conforme o demônio inspirava; veem-se as abomináveis esculturas de quimeras com vários membros; os olhos dos cristãos, ao verem a forma humana de Deus, ficam maravilhados.
CANTO VII – ESTROFE 48
“Descrição das divindades indianas”
Um, na cabeça cornos esculpidos,
Qual Júpiter Amon em Líbia estava;
Outro, num corpo rostos tinha unidos,
Bem como o antigo Jano pintava;
Outro, com muitos braços divididos
A Briareu parece que imitava;
Outro, fonte canina tem de fora,
Qual Anúbis Menfítico se adora.
Um, na cabeça cornos esculpidos, qual Júpiter Amon em Líbia estava; outro, num corpo rostos tinha unidos, bem como o antigo Jano pintava; outro, com muitos braços divididos a Briareu parece que imitava; outro, fonte canina tem de fora, qual Anúbis Menfítico se adora. (1)
(1) Uma das deidades estava esculpida dom chifres na cabeça, assim como Júpiter Amon da Líbia; outra escultura tinha vários rostos no mesmo corpo, assim como era pintado o antigo Jano; outra escultura tinha muitos braços, como se imitasse o gigante Briareu; outra escultura uma cabeça de cão, assim como o adorado Anúbis de Menfis. Camões descreve as estatuetas das divindades que os portugueses veem no templo em Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Uma das deidades estava esculpida dom chifres na cabeça, assim como Júpiter Amon da Líbia; outra escultura tinha vários rostos no mesmo corpo, assim como era pintado o antigo Jano; outra escultura tinha muitos braços, como se imitasse o gigante Briareu; outra escultura uma cabeça de cão, assim como o adorado Anúbis de Menfis.
CANTO VII – ESTROFE 49
“O capitão Vasco da Gama e o ministro Catual saem do templo e seguem até o palácio do rei de Calecut”
Aqui feita do bárbaro gentio
A supersticiosa adoração,
Direitos vão, sem outro algum desvio,
Pera onde estava o rei do povo vão.
Engrossando-se vai da gente o fio,
C’os que vêm ver o estranho capitão:
Estão pelos telhados e janelas
Velhos e moços, donas e donzelas.
Aqui feita do bárbaro gentio a supersticiosa adoração, direitos vão, sem outro algum desvio, pera onde estava o rei do povo vão. Engrossando-se vai da gente o fio, c’os que vêm ver o estranho capitão: estão pelos telhados e janelas velhos e moços, donas e donzelas. (1)
(1) Após feita a supersticiosa adoração dos bárbaros gentios, o capitão Vasco da Gama e o ministro indiano vão, sem se desviar, para onde estava o rei deste povo ignorante. A quantidade de pessoas aumenta, todos eles para ver o estranho capitão português; lotam-se os telhados e janelas com homens velhos e jovens, assim como donas e donzelas. Camões canta que, após ver as figuras pagãs no templo de Calecut, os portugueses seguem para ir ao encontro do rei indiano.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Após feita a supersticiosa adoração dos bárbaros gentios, o capitão Vasco da Gama e o ministro indiano vão, sem se desviar, para onde estava o rei deste povo ignorante. A quantidade de pessoas aumenta, todos eles para ver o estranho capitão português; lotam-se os telhados e janelas com homens velhos e jovens, assim como donas e donzelas.
CANTO VII – ESTROFE 50
“Descrição do palácio do rei de Calecut”
Já chegam perto, e não com passos lentos,
Dos jardins odoríferos, fermosos,
Que em si escondem os régios aposentos,
Altos de torres não, mas sumptuosos.
Edificam-se os nobres seus assentos
Por entre arvoredos deleitosos:
Assi vivem os reis daquela gente,
No campo e na cidade juntamente.
Já chegam perto, e não com passos lentos, dos jardins odoríferos, fermosos, que em si escondem os régios aposentos altos de torres não, mas sumptuosos. Edificam-se os nobres seus assentos por entre arvoredos deleitosos: assi vivem os reis daquela gente, no campo e na cidade juntamente. (1)
(1) Os portugueses, andando sem lentidão, já chegavam aos jardins fermosos e perfumados que escondem os aposentos reais do monarca de Calecut; o prédio, apesar de não ser alto como uma torre, era suntuoso. O edifício fica entre belas árvores, para que assim o monarca pudesse, ao mesmo tempo, estar na cidade e no campo. Camões canta a descrição do palácio do rei de Calecut, onde o monarca da cidade está aguardando achegada dos visitantes portugueses.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Os portugueses, andando sem lentidão, já chegavam aos jardins fermosos e perfumados que escondem os aposentos reais do monarca de Calecut; o prédio, apesar de não ser alto como uma torre, era suntuoso. O edifício fica entre belas árvores, para que assim o monarca pudesse, ao mesmo tempo, estar na cidade e no campo.
CANTO VII – ESTROFE 51
“Veem estátuas no palácio que representam as grandes figuras históricas do Oriente na antiguidade”
Pelos portais da cerca a sutileza
Se enxerga da Dedálea faculdade,
Em figuras mostrando, por nobreza,
Da Índia a mais remota antiguidade.
Afiguradas vão com tal viveza
As histórias daquela antiga idade,
Que quem deltas tiver notícia inteira
Pela sombra conhece a verdadeira.
Pelos portais da cerca a sutileza se enxerga da Dedálea faculdade, em figuras mostrando, por nobreza, da Índia a mais remota antiguidade. Afiguradas vão com tal viveza as histórias daquela antiga idade, que quem deltas tiver notícia inteira pela sombra conhece a verdadeira. (1)
(1) Pelas janelas da cerca do palácio é possível enxergar, graças aos talentos artísticos dignos de Dédalos, estátuas que retratam as nobres personalidades da antiguidade da Índia. As figuras estão representadas com tamanha que, mesmo sendo da antiguidade, é possível reconhecer os retratados só pela sombra. Camões canta a descrição do palácio de Calecut, comentando que os portugueses veem diversas estátuas retratando as personalidades históricas da Índia.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Pelas janelas da cerca do palácio é possível enxergar, graças aos talentos artísticos dignos de Dédalos, estátuas que retratam as nobres personalidades da antiguidade da Índia. As figuras estão representadas com tamanha que, mesmo sendo da antiguidade, é possível reconhecer os retratados só pela sombra.
CANTO VII – ESTROFE 52
“Descrição da representação do deus Baco no palácio de Calecut”
Estava um grande exército, que pisa
A terra oriental que o Hidaspe lava;
Rege-o um capitão de fronte lisa,
Que com frondentes tirsos pelejava.
Por ele edificada estava Nisa
Nas ribeiras do rio que manava,
Tão próprio, que, se ali estiver Semele,
Dirá, por certo, que é seu filho aquele.
Estava um grande exército, que pisa a terra oriental que o Hidaspe lava; rege-o um capitão de fronte lisa, que com frondentes tirsos pelejava. Por ele edificada estava Nisa nas ribeiras do rio que manava, tão próprio, que, se ali estiver Semele, dirá, por certo, que é seu filho aquele. (1)
(1) Estava retratado um grande exército que pisava nas terras orientais lavadas pelo rio Hidapes; o exército era comandado por Baco, representado como um capitão de rosto jovem lutando com um bastão de videiras. A cidade de Nisa estava retratada nas margens de um rio, esta que foi construída por Baco, tanto que Semele, sua mãe, poderia confirmar tal construção. Camões canta que, no palácio de Calecut, os portugueses veem um quadro retratando Baco, que conquistou às terras da Índia.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Estava retratado um grande exército que pisava nas terras orientais lavadas pelo rio Hidapes; o exército era comandado por Baco, representado como um capitão de rosto jovem lutando com um bastão de videiras. A cidade de Nisa estava retratada nas margens de um rio, esta que foi construída por Baco, tanto que Semele, sua mãe, poderia confirmar tal construção.
CANTO VII – ESTROFE 53
“Descrição de uma representação da rainha Semíramis no palácio de Calecut”
Mais avante bebendo seca o rio
Mui grande multidão de Assíria gente,
Sujeita a feminino senhorio
De uma tão bela como incontinente.
Ali tem junto ao lado nunca frio
Esculpido o feroz ginete ardente
Com quem teria filho competência:
Amor nefando, bruta incontinência!
Mais avante bebendo seca o rio mui grande multidão de Assíria gente, sujeita a feminino senhorio de uma tão bela como incontinente. Ali tem junto ao lado nunca frio esculpido o feroz ginete ardente com quem teria filho competência: amor nefando, bruta incontinência! (1)
(1) Mais adiante está um quadro que representando o grande exército assírio da tão bela e incontinente rainha Semíramis, exército este que secava um rio ao saciar sua sede. Ao junto da rainha, está retratado o feroz e ardente rei Nino, com que a rainha teria um filho: amor nefando, bruta incontinência. Camões canta que, no palácio de Calecut, os portugueses veem um quadro a rainha Semíramis e o seu grande exército assírio.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Mais adiante está um quadro que representando o grande exército assírio da tão bela e incontinente rainha Semíramis, exército este que secava um rio ao saciar sua sede. Ao junto da rainha, está retratado o feroz e ardente rei Nino, com que a rainha teria um filho: amor nefando, bruta incontinência.
CANTO VII – ESTROFE 54
“Descrição de uma representação de Alexandre Magno no palácio de Calecut”
Daqui mais apartadas tremulavam
As bandeiras da Grécia gloriosas,
Terceira monarquia, e subjugavam
Até as águas Gangéticas undosas.
Dum capitão mancebo se guiavam,
De palmas rodeado valorosas,
Que já não de Filipo, mas sem falta,
Do progênite de Júpiter se eleva.
Daqui mais apartadas tremulavam as bandeiras da Grécia gloriosas, terceira monarquia, e subjugavam até as águas Gangéticas undosas. Dum capitão mancebo se guiavam, de palmas rodeado valorosas, que já não de Filipo, mas sem falta, do progênite de Júpiter se eleva. (1)
(1) As adiante estava no palácio as gloriosas bandeiras da Grécia de Alexandre, a terceira grande monarquia do mundo antigo, esta que dominou os territórios até as undosas águas do rio Ganges. As bandeiras eram seguradas por uma figura retratando o jovem capitão Alexandre Magno, este que não só se orgulhava de ser filho do grande rei Filipe, mas sim do todo poderoso Júpiter. Camões canta que, no palácio de Calecut, os portugueses veem uma representação do rei grego Alexandre Magno, este que conquistou os territórios da Ásia até alcançar à Índia.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
As adiante estava no palácio as gloriosas bandeiras da Grécia de Alexandre, a terceira grande monarquia do mundo antigo, esta que dominou os territórios até as undosas águas do rio Ganges. As bandeiras eram seguradas por uma figura retratando o jovem capitão Alexandre Magno, este que não só se orgulhava de ser filho do grande rei Filipe, mas sim do todo poderoso Júpiter.
CANTO VII – ESTROFE 55
“O ministro Catual comenta que os sábios indianos previram que um povo estrangeiro conquistará os territórios da Índia”
Os portugueses vendo essas memórias,
Dizia o Catual ao capitão:
“Tempo cedo virá, que outras vitórias,
Estas, que agora olhais, abaterão:
Aqui se escreverão novas histórias
Por gentes estrangeiras, que virão;
Que nossos sábios magos o alcançaram,
Quando o tempo futuro especularam.
Os portugueses vendo essas memórias, dizia o Catual ao capitão: “Tempo cedo virá, que outras vitórias, estas, que agora olhais, abaterão: aqui se escreverão novas histórias por gentes estrangeiras, que virão; que nossos sábios magos o alcançaram, quando o tempo futuro especularam. (1)
(1) Quando os portugueses viam essas representações das memórias da Índia, o ministro Catual fala ao capitão Vasco da Gama: “Logo que chegara o tempo que outras conquistas se abaterão sobre estas terras, estas que serão feitas por mãos estrangeiras; os nossos sábios magos, ao olharem para o futuro, já previram tais acontecimentos. Camões canta que enquanto os portugueses viam as esculturas e obras no palácio de Calecut, o ministro Catual disse que já foi previsto pelos sábios que povos estrangeiros viriam a conquistas as terras orientais.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Quando os portugueses viam essas representações das memórias da Índia, o ministro Catual fala ao capitão Vasco da Gama: “Logo que chegara o tempo que outras conquistas se abaterão sobre estas terras, estas que serão feitas por mãos estrangeiras; os nossos sábios magos, ao olharem para o futuro, já previram tais acontecimentos.
CANTO VII – ESTROFE 56
“O ministro Catual diz que sábios também previram que esse povo estrangeiro será muito poderoso e ficará conhecido em todo o mundo por seus feitos”
“E diz-lhe mais a mágica ciência,
Que, pera se evitar força tamanha,
Não valerá dos homens resistência,
Que contra o céu não val da gente manha.
Mas também diz, que a bélica excelência
Nas armas e na paz, da gente estranha
Será tal, que será no mundo ouvido
O vencedor, por glória do vencido.”
“E diz-lhe mais a mágica ciência, que, pera se evitar força tamanha, não valerá dos homens resistência, que contra o céu não val da gente manha. Mas também diz, que a bélica excelência nas armas e na paz, da gente estranha será tal, que será no mundo ouvido o vencedor, por glória do vencido.” (1)
(1) E os magos, utilizando de sua ciência, ainda e dizem que a força desses estrangeiros será tamanha que os homens indianos não deverão resistir; também disseram que esses estrangeiros são todos grandiosos durante a guerra e a dura o período de paz que eles serão conhecidos no mundo todo, assim como aqueles que foram dominados por eles. Camões canta que Catual, ministro de Calecut, diz que os magos previram que os estrangeiros que dominarem os indianos serão conhecidos no mundo todo.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E os magos, utilizando de sua ciência, ainda e dizem que a força desses estrangeiros será tamanha que os homens indianos não deverão resistir; também disseram que esses estrangeiros são todos grandiosos durante a guerra e a dura o período de paz que eles serão conhecidos no mundo todo, assim como aqueles que foram dominados por eles.
CANTO VII – ESTROFE 57
“O capitão Vasco da Gama chega ao salão onde está o rei de Calecut”
Assi falando, entravam já na sala
Onde aquele impotente imperador
Numa camilha jaz, que não se iguala
De outra alguma no preço e no lavor.
No recostado gesto se assinala
Um venerando e próspero senhor.
Um pano de ouro cinge, e na cabeça
De preciosas gemas se adereça.
Assi falando, entravam já na sala onde aquele impotente imperador numa camilha jaz, que não se iguala de outra alguma no preço e no lavor. No recostado gesto se assinala um venerando e próspero senhor. Um pano de ouro cinge, e na cabeça de preciosas gemas se adereça. (1)
(1) Enquanto o ministro Catual falava isso, os portugueses entravam na sala onde o imponente imperador jazia, este que estava sentado num cochim de valor inigualável; em seu gesto, se apresentava como um venerável e próspero senhor; vestia um pano de ouro e utilizava gemas preciosas na cabeça. Camões canta que os portugueses entram na sala do palácio onde está o rei de Calecut.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Enquanto o ministro Catual falava isso, os portugueses entravam na sala onde o imponente imperador jazia, este que estava sentado num cochim de valor inigualável; em seu gesto, se apresentava como um venerável e próspero senhor; vestia um pano de ouro e utilizava gemas preciosas na cabeça.
CANTO VII – ESTROFE 58
“O capitão Vasco da Gama chega ao rei de Calecut”
Bem junto dele um velho reverente,
C’os giolhos no chão, de quando em quando
Lhe dava a verde folha da erva ardente
Que a seu costume estava ruminando.
Um Brâmane, pessoa proeminente,
Pera o Gama vem com passo brando,
Pera que ao grande príncipe o apresente,
Que diante lhe acena que assente.
Bem junto dele um velho reverente, c’os giolhos no chão, de quando em quando lhe dava a verde folha da erva ardente que a seu costume estava ruminando. Um Brâmane, pessoa proeminente, pera o Gama vem com passo brando, pera que ao grande príncipe o apresente, que diante lhe acena que assente. (1)
(1) Junto do rei Samorim estava um velho recente sentado com os joelhos no chão, este que, de tempos em tempos, dava ao monarca a folha da erva ardente que ele tinha o costume mastigar. Um homem da casta Brâmane de aspecto proeminente vai, com passos brandos até o capitão Vasco da Gama para apresenta-lo ao rei Samorim, este que pede ao visitante que se sente. Camões canta que o capitão Vasco da Gama é recepcionado por Samorim, rei de Calecut, na sala do seu palácio.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Junto do rei Samorim estava um velho recente sentado com os joelhos no chão, este que, de tempos em tempos, dava ao monarca a folha da erva ardente que ele tinha o costume mastigar. Um homem da casta Brâmane de aspecto proeminente vai, com passos brandos até o capitão Vasco da Gama para apresenta-lo ao rei Samorim, este que pede ao visitante que se sente.
CANTO VII – ESTROFE 59
“O capitão Vasco da Gama e os portugueses se sentam no palácio de Samorim, rei de Calecut”
Sentado o Gama junto ao rico leito,
Os seus, mais afastados, pronto em vista
Estava o Samori no traje e jeito
De gente, nunca de antes dele vista.
Lançando a grave voz do sábio peito,
Que grande autoridade logo aquista
Na opinião do rei e do povo todo,
O capitão lhe fala deste modo:
Sentado o Gama junto ao rico leito, os seus, mais afastados, pronto em vista estava o Samori no traje e jeito de gente, nunca de antes dele vista. Lançando a grave voz do sábio peito, que grande autoridade logo aquista na opinião do rei e do povo todo, o capitão lhe fala deste modo: (1)
(1) O capitão Vasco da Gama senta junto do rico leito do rei Samorim, enquanto os seus companheiros portugueses ficam mais afastados; o monarca fica atento aos visitantes, prestando atenção nas vestimentas e nos modos que ele nunca tinha visto. Então o capitão Gama, que já conquistou uma boa opinião do monarca e de seu povo, fala com uma voz grave de seu sábio peito. Camões canta que o os portugueses estão diante do rei Samorim, com o capitão Vasco da Gama se preparando para falar com ele pela primeira vez.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
O capitão Vasco da Gama senta junto do rico leito do rei Samorim, enquanto os seus companheiros portugueses ficam mais afastados; o monarca fica atento aos visitantes, prestando atenção nas vestimentas e nos modos que ele nunca tinha visto. Então o capitão Gama, que já conquistou uma boa opinião do monarca e de seu povo, fala com uma voz grave de seu sábio peito.
CANTO VII – ESTROFE 60
“O capitão Vasco da Gama diz de onde veio e que pretende estabelecer uma aliança de Portugal com o monarca indiano”
“Um grande rei, de lá das partes onde
O céu volúbil, com perpétua roda,
Da terra a luz solar co’a terra esconde,
Tingindo a que deixou de escura noda,
Ouvindo do rumor, que lá responde,
O eco, como em ti da Índia toda,
O principado está, e a majestade,
Vínculo quer contigo da amizade.
“Um grande rei, de lá das partes onde o céu volúbil, com perpétua roda, da terra a luz solar co’a terra esconde, tingindo a que deixou de escura noda, ouvindo do rumor, que lá responde, o eco, como em ti da Índia toda, o principado está, e a majestade, vínculo quer contigo da amizade. (1)
(1) Existe um grande rei que vive lá na região onde o céu que, volúvel com a perpétua roda, esconde da Terra com a própria Terra a luz do Sol e tinge com o escuro a parte que a luz deixou; este rei, ao ouvir que o eco do da fama e da majestade da Índia se personifica em ti, deseja estabelecer uma relação de amizade. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, ao falar com o rei de Calecut, diz que veio do distante reino de Portugal, onde o seu rei, ao ouvir falar da Índia, desejou estabelecer uma relação de amizade com o monarca local.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Existe um grande rei que vive lá na região onde o céu que, volúvel com a perpétua roda, esconde da Terra com a própria Terra a luz do Sol e tinge com o escuro a parte que a luz deixou; este rei, ao ouvir que o eco do da fama e da majestade da Índia se personifica em ti, deseja estabelecer uma relação de amizade.
CANTO VII – ESTROFE 61
“O capitão Vasco da Gama diz que uma aliança entre os dois reinos seria muito vantajosa”
“E por longos rodeios a ti manda,
Por te fazer saber que tudo aquilo
Que sobre o mar, que sobre as terras anda,
De riquezas, de lá do Tejo ao Nilo,
E desd’ a fria plaga de Zalanda
Até bem donde o Sol não muda o estilo
Nos dias, sobre a gente da Etiópia,
Tudo tem no seu reino em grande cópia.
“E por longos rodeios a ti manda, por te fazer saber que tudo aquilo que sobre o mar, que sobre as terras anda, de riquezas, de lá do Tejo ao Nilo, e desd’ a fria plaga de Zalanda até bem donde o Sol não muda o estilo nos dias, sobre a gente da Etiópia, tudo tem no seu reino em grande cópia. (1)
(1) E o rei de Portugal me manda, por meio de uma grande navegação, vir até ti e dizer que uma relação entre os dois reinos seria boa, pois tudo o que existe sobre os mares, sobres as terras, todas as riquezas desde o rio Tejo ao rio Nilo, desde as frias praias da Islândia até a Etiópia, onde o Sol não varia nas horas do dia, tudo que existe está em Portugal. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, querendo impressionar o rei Samorim, diz uma relação de amizade entre os dois reinos seria boa, pois existe de tudo no reino de Portugal.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E o rei de Portugal me manda, por meio de uma grande navegação, vir até ti e dizer que uma relação entre os dois reinos seria boa, pois tudo o que existe sobre os mares, sobres as terras, todas as riquezas desde o rio Tejo ao rio Nilo, desde as frias praias da Islândia até a Etiópia, onde o Sol não varia nas horas do dia, tudo que existe está em Portugal.
CANTO VII – ESTROFE 62
“O capitão Vasco da Gama diz que uma aliança entre os dois reinos trará muita riquezas para os indianos”
“E se queres com pactos e alianças
De paz e da amizade sacra e crua,
Comércio consentir das abundanças
Das fazendas da terra sua e tua,
Por que cresçam as tendas e abastanças
(Por quem a gente mais trabalha e sua)
De vossos reinos, será certamente
De ti proveito, e dele glória ingente.
“E se queres com pactos e alianças de paz e da amizade sacra e crua, comércio consentir das abundanças das fazendas da terra sua e tua, por que cresçam as tendas e abastanças (por quem a gente mais trabalha e sua) de vossos reinos, será certamente de ti proveito, e dele glória ingente. (1)
(1) E se queres, rei, com pactos e alianças de paz e amizade que sejam sinceros e sagrados, consentir em comércios das abundantes fazendas da sua terra, verá prosperar com abastança as rendas pelas quais a gente do vosso reino tanto trabalha; verá que esse amizade será proveitosa para ti, assim como será gloriosa para o rei de Portugal. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, ao falar com o rei Samorim de Calecut, diz que uma aliança entre seu reino e Portugal será muito vantajosa para ambos os lados
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E se queres, rei, com pactos e alianças de paz e amizade que sejam sinceros e sagrados, consentir em comércios das abundantes fazendas da sua terra, verá prosperar com abastança as rendas pelas quais a gente do vosso reino tanto trabalha; verá que esse amizade será proveitosa para ti, assim como será gloriosa para o rei de Portugal.
CANTO VII – ESTROFE 63
“O capitão Vasco da Gama conclui a proposta dizendo que Portugal protegera e sempre está disposto a ajudar o rei indiano em suas batalhas”
“E, sendo assi que o nó desta amizade
Entre vós firmemente permaneça,
Estará pronto a toda adversidade,
Que por guerra a teu reino se ofereça,
Com gente, armas e naus; de qualidade
Que por irmão te tenha e te conheça.
E da vontade em ti sobr’isto posta,
Me dês a mi certíssima resposta.”
“E, sendo assi que o nó desta amizade entre vós firmemente permaneça, estará pronto a toda adversidade, que por guerra a teu reino se ofereça, com gente, armas e naus; de qualidade que por irmão te tenha e te conheça. E da vontade em ti sobr’isto posta, me dês a mi certíssima resposta.” (1)
(1) E, estando selada e concretizada está amizade com o vosso reino, Portugal estará sempre pronta para lutar ao seu lado em qualquer guerra que aconteça, fornecendo soldados, armas e naus da melhor qualidade que, como irmãos, podemos oferecer. Considerando isso que propomos, de a mim a sua resposta. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, ao concluir sua proposta de aliança com o rei Samorim de Calecut, diz que, além do comércio, Portugal também oferece o seu poder militar ao aliado.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E, estando selada e concretizada está amizade com o vosso reino, Portugal estará sempre pronta para lutar ao seu lado em qualquer guerra que aconteça, fornecendo soldados, armas e naus da melhor qualidade que, como irmãos, podemos oferecer. Considerando isso que propomos, de a mim a sua resposta.
CANTO VII – ESTROFE 64
“O rei Samorim respondeu que se reuniria com os embaixadores de sua nação para ponderar sobre a proposta do capitão Vasco da Gama”
Tal embaixada dava o capitão,
A quem o rei gentio respondia:
Que em ver embaixadores de nação
Tão remota, grã glória recebia;
Mas neste caso a última tenção
Com os de seu conselho tomaria;
Informando-se certo de quem era
O rei, e a gente e terra que dissera.
Tal embaixada dava o capitão, a quem o rei gentio respondia: que em ver embaixadores de nação tão remota, grã glória recebia; mas neste caso a última tenção com os de seu conselho tomaria; informando-se certo de quem era o rei, e a gente e terra que dissera. (1)
(1) Tal deu o capitão Vasco da Gama ao rei gentio, este que respondeu dizendo que se sentia honrado em receber tal proposta de uma nação tão gloriosas, mas que, nesta situação, primeiro se reuniria com o conselho do seu reino, para que informasse melhor de quem era o rei de Portugal, seu povo e a sua terra. Camões canta que o rei Samorim de Calecut, ao ouvir a proposta de aliança feito pelo capitão Vasco da Gama, agradece o pedido e diz que vai se reunir com os seus conselheiros para ponderar a proposta.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Tal deu o capitão Vasco da Gama ao rei gentio, este que respondeu dizendo que se sentia honrado em receber tal proposta de uma nação tão gloriosas, mas que, nesta situação, primeiro se reuniria com o conselho do seu reino, para que informasse melhor de quem era o rei de Portugal, seu povo e a sua terra.
CANTO VII – ESTROFE 65
“Enquanto aguardavam a resposta do rei Samorim, os portugueses vão descansar”
E que entanto podia do trabalho
Passado ir repousar, e em tempo breve
Daria o seu despacho um justo talho,
Com que a seu rei resposta alegre leve.
Já nisto punha a noite o usado atalho
As humanas canseiras, por que ceve
De doce sono os membros trabalhados,
Os olhos ocupando ao ócio dados.
E que entanto podia do trabalho passado ir repousar, e em tempo breve daria o seu despacho um justo talho, com que a seu rei resposta alegre leve. Já nisto punha a noite o usado atalho as humanas canseiras, por que ceve de doce sono os membros trabalhados, os olhos ocupando ao ócio dados. (1)
(1) E completa o rei Samorim dizendo ao capitão Vasco da Gama que ele podia ir repousar, pois, em breve, receberia a alegre e leve resposta de sua proposta. Com isso vinha a noite dar descanso aos cansaços dos homens, pois o doce sono alimenta o corpo que trabalhou enquanto ocupando os olhos acostumados com o ócio. Camões canta que rei Samorim diz que responderá a proposta feita pelo capitão Vasco da Gama em breve.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E completa o rei Samorim dizendo ao capitão Vasco da Gama que ele podia ir repousar, pois, em breve, receberia a alegre e leve resposta de sua proposta. Com isso vinha a noite dar descanso aos cansaços dos homens, pois o doce sono alimenta o corpo que trabalhou enquanto ocupando os olhos acostumados com o ócio.
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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Esses foram os nossos comentários sobre a quadragésima segunda até a sexagésima quinta estrofe do sétimo canto de Os Lusíadas, onde Camões canta a visita e a proposta que o capitão Vasco da Gama faz ao rei de Calecut.
Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.