Neste nosso octogésimo nono comentário sobre Os Lusíadas, terminaremos de ler o décimo canto da obra, onde Camões dá alguns conselhos ao rei D. Sebastião e, assim, conclui a sua grande obra.
CANTO X – ESTROFE 145
“Camões diz que, devido ao desânimo de não ser valorizado pelos portugueses, ele já não aguentar mais escrever e cantar”
Nomais, Musa, nomais; que a lira tenho
Destemperada, e a voz enrouquecida;
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
A favor com que mais se acende o engenho,
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apaga e vil tristeza.
Nomais, Musa, nomais; que a lira tenho destemperada, e a voz enrouquecida; e não do canto, mas de ver que venho cantar a gente surda e endurecida. A favor com que mais se acende o engenho, não no dá a pátria, não, que está metida no gosto da cobiça e na rudeza duma austera, apaga e vil tristeza. (1)
(1) Não canto mais, musas, não canto mais; já tenho a lira desafina e a minha voz enrouquecida, mas não estou assim por causa do cantar, e, sim, por cantar a gente surda e endurecida. O fogo com que faz o meu trabalho se renovar não vem da pátria, pois está corrompida pelo desejo da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza. Camões canta que já não aguenta mais escrever e cantar, pois não é devidamente valorizado pelos portugueses.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Não canto mais, musas, não canto mais; já tenho a lira desafina e a minha voz enrouquecida, mas não estou assim por causa do cantar, e, sim, por cantar a gente surda e endurecida. O fogo com que faz o meu trabalho se renovar não vem da pátria, pois está corrompida pelo desejo da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza.
CANTO X – ESTROFE 146
“Camões lamenta o desprezo que portugueses tem por seus heróis e pede para que o rei D. Sebastião os valorize”
E não sei por que influxo de destino
Não tem um ledo orgulho e geral gosto,
Que os ânimos levanta do continho
A ter pera trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó rei, que por divino
Conselho estais no régio sólio posto,
Olhais que sois (e vede as outras gentes)
Senhor só de vassalos excelentes!
E não sei por que influxo de destino não tem um ledo orgulho e geral gosto, que os ânimos levanta do continho a ter pera trabalhos ledo o rosto. Por isso vós, ó rei, que por divino conselho estais no régio sólio posto, olhais que sois (e vede as outras gentes) senhor só de vassalos excelentes! (1)
(1) E não sei por que causa o destino fez com que a minha pátria não tivesse prazer e orgulho de seus heróis, já que são estes levanta o nosso ânimo para que tenhamos um rosto feliz durante o trabalho. Por isso vós, ó rei D. Sebastião, que por vontade divina estais no posto de monarca, olhe que sois senhor de grandes homens e veja os outros povos. Camões lamenta que os portugueses não valorizem os seus grandes heróis; também pede para que o rei D. Sebastião preste atenção nos grandes homens.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
E não sei por que causa o destino fez com que a minha pátria não tivesse prazer e orgulho de seus heróis, já que são estes levanta o nosso ânimo para que tenhamos um rosto feliz durante o trabalho. Por isso vós, ó rei D. Sebastião, que por vontade divina estais no posto de monarca, olhe que sois senhor de grandes homens e veja os outros povos.
CANTO X – ESTROFE 147
“Camões pede para que o rei D. Sebastião valorize os seus heróis”
Olhai que ledos vão por várias vias,
Quais rompendo leões e bravos touros,
Dando aos corpos a fomes e vigias,
A ferro, a fogo, a setas e pelouros;
A quentes regiões, a plagas frias,
A golpes e Idolatras e de Mouros,
A perigos incógnitos do mundo,
A naufrágios, a peixes, ao profundo.
Olhai que ledos vão por várias vias, quais rompendo leões e bravos touros, dando aos corpos a fomes e vigias, a ferro, a fogo, a setas e pelouros; a quentes regiões, a plagas frias, a golpes e Idolatras e de Mouros, a perigos incógnitos do mundo, a naufrágios, a peixes, ao profundo. (1)
(1) Olhai como os vossos vassalos vão alegres por vários caminhos, aos quais vão rompendo leões e bravos touros e dando aos seus corpos fomes e vigiais; veja como sofrem com ferro, fogo, setas e pelouros; como sofrem nas quentes e frias regiões; como enfrentam os golpes dos idólatras e dos mouros; como passam pelos incógnitos perigos do mundo; aos naufrágios, aos peixes e ao profundo descanso. Camões pede para que o rei D. Sebastião valorize os seus grandes e corajosos vassalos.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Olhai como os vossos vassalos vão alegres por vários caminhos, aos quais vão rompendo leões e bravos touros e dando aos seus corpos fomes e vigiais; veja como sofrem com ferro, fogo, setas e pelouros; como sofrem nas quentes e frias regiões; como enfrentam os golpes dos idólatras e dos mouros; como passam pelos incógnitos perigos do mundo; aos naufrágios, aos peixes e ao profundo descanso.
CANTO X – ESTROFE 148
“Camões diz que os vassalos portugueses serão sempre leais ao seu rei, não temendo nenhum perigo”
Por vos servir a tudo aparelhados,
De vós tão longe, sempre obedientes
A quaisquer vossos ásperos mandados,
Sem dar resposta, prontos e contentes;
Só com saber que são de vós olhados,
Demônios infernais, negros e ardentes,
Cometerão convosco, e não duvido,
Que vencedor vos façam, não vencido.
Por vos servir a tudo aparelhados, de vós tão longe, sempre obedientes a quaisquer vossos ásperos mandados, sem dar resposta, prontos e contentes; só com saber que são de vós olhados, demônios infernais, negros e ardentes, cometerão convosco, e não duvido, que vencedor vos façam, não vencido. (1)
(1) Os vossos vassalos, querendo servi-lo, estão dispostos para todo; mesmo que estejam distantes, eles serão sempre obedientes a quaisquer ordens suas, sem nunca contestar, pois estão sempre preparados e contentes. Só por saber que são por vós olhados, seus vassalos lutarão contra os mais terríveis, negros e ardentes demônios do inferno e, sem sombra de dúvida, hão de vos fazer vencedor, e não vencido. Camões canta que os vassalos portugueses sempre serão leais ao rei de Portugal, estando dispostos a enfrentar qualquer perigo.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Os vossos vassalos, querendo servi-lo, estão dispostos para todo; mesmo que estejam distantes, eles serão sempre obedientes a quaisquer ordens suas, sem nunca contestar, pois estão sempre preparados e contentes. Só por saber que são por vós olhados, seus vassalos lutarão contra os mais terríveis, negros e ardentes demônios do inferno e, sem sombra de dúvida, hão de vos fazer vencedor, e não vencido.
CANTO X – ESTROFE 149
“Camões pede para que o rei D. Sebastião valorize os seus vassalos”
Favorecei-os logo, e alegrai-os
Com a presença e leda humanidade;
De rigorosas leis desalivai-os,
Que assi se abre o caminho à santidade.
Os mais exp’rimentados levantai-os,
Se com experiência têm bondade
Pera vosso conselho, pois que sabem
O como, o quando, e onde as cousas cabem.
Favorecei-os logo, e alegrai-os com a presença e leda humanidade; de rigorosas leis desalivai-os, que assi se abre o caminho à santidade. Os mais exp’rimentados levantai-os, se com experiência têm bondade pera vosso conselho, pois que sabem como, o quando, e onde as cousas cabem. (1)
(1) Favorecei logo os seus vassalos, alegrando-os com a vossa presença e alegre humanidade; alívios de seus pesados fardos, para que assim se abra o caminho à santidade. Exaltai os mais experientes, pois, se além de experientes eles forem bons, saberão o aconselhar sobre como, o quando e onde as coisas cabem. Camões pede para o rei D. Sebastião valorizar os seus vassalos e reconhecer os seus talentos e méritos.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Favorecei logo os seus vassalos, alegrando-os com a vossa presença e alegre humanidade; alívios de seus pesados fardos, para que assim se abra o caminho à santidade. Exaltai os mais experientes, pois, se além de experientes eles forem bons, saberão o aconselhar sobre como, o quando e onde as coisas cabem.
CANTO X – ESTROFE 150
“Camões pede para que o rei D. Sebastião reconheça os talentos e virtudes de seus vassalos”
Todos favorecei em seus ofícios,
Segundo tem das vidas o talento:
Tenham religiosos exercícios
De rogarem por vosso regimento,
Com jejuns, com disciplina, pelos vícios
Comuns; toda ambição terão por vento;
Que o bom religioso verdadeiro
Glória vã não pretende, nem dinheiro.
Todos favorecei em seus ofícios, segundo tem das vidas o talento: tenham religiosos exercícios de rogarem por vosso regimento, com jejuns, com disciplina, pelos vícios comuns; toda ambição terão por vento; que o bom religioso verdadeiro glória vã não pretende, nem dinheiro. (1)
(1) Favorecei todos em seus ofícios, conforme os talentos de suas profissões; favorecei os sacerdotes que tiverem o exercício de rogarem pelo vosso regimento com jejuns e disciplinas pelos vícios comuns e que considerem a ambição algo vã; o bom religioso não busca a gloria vã, tão pouco dinheiro. Camões pede para que o rei D. Sebastião, além de valorizar os talentos de seus vassalos, que valorize os verdadeiros e bons sacerdotes.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Favorecei todos em seus ofícios, conforme os talentos de suas profissões; favorecei os sacerdotes que tiverem o exercício de rogarem pelo vosso regimento com jejuns e disciplinas pelos vícios comuns e que considerem a ambição algo vã; o bom religioso não busca a gloria vã, tão pouco dinheiro.
CANTO X – ESTROFE 151
“Camões pede para que o rei D. Sebastião valorize os seus corajosos cavaleiros”
Os cavaleiros tende em muita estima,
Pois, com seu sangue intrépido e fervente,
Estendem não somente a lei de cima,
Mas inda vosso império preeminente:
Pois aqueles que a tão remoto clima
Vos vão servir com passo diligente,
Dous inimigos vencem: uns os vivos,
E (o que é mais) os trabalhos excessivos.
Os cavaleiros tende em muita estima, pois, com seu sangue intrépido e fervente, estendem não somente a lei de cima, mas inda vosso império preeminente: pois aqueles que a tão remoto clima vos vão servir com passo diligente, dous inimigos vencem: uns os vivos, e (o que é mais) os trabalhos excessivos. (1)
(1) Tende muita estima por vossos cavaleiros, pois são eles que, com seu fervente e intrépido sangue, estendem não apenas a lei de Cristo, como também o vosso preeminente império. Eles, indo servir-vos em distantes regiões, vencem dois inimigos: os adversários vivos e os trabalhos excessivos. Camões pede para o rei D. Sebastião valorizar os seus bravos cavaleiros.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Tende muita estima por vossos cavaleiros, pois são eles que, com seu fervente e intrépido sangue, estendem não apenas a lei de Cristo, como também o vosso preeminente império. Eles, indo servir-vos em distantes regiões, vencem dois inimigos: os adversários vivos e os trabalhos excessivos.
CANTO X – ESTROFE 152
“Camões pede para que o rei D. Sebastião valorize os seus generais”
Fazei, senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses
Possam dizer que são para mandados,
Mais que para mandar, os Portugueses.
Tomai conselhos só de exp’rimentados,
Que viram largos anos, largos meses;
Que, posto que em cientes muito cabe,
Mais em particular o experto sabe.
Fazei, senhor, que nunca os admirados alemães, galos, ítalos e ingleses possam dizer que são para mandados, mais que para mandar, os Portugueses. Tomai conselhos só de exp’rimentados, que viram largos anos, largos meses; que, posto que em cientes muito cabe, mais em particular o experto sabe. (1)
(1) Fazei, meu senhor, com que os admiráveis generais alemães, franceses, italianos e ingleses nunca digam que os grandes vassalos portugueses são melhores para obedecer do que mandar. Tome como conselheiros apenas os homens que tenham muita experiência em batalha, de preferência vários anos ou, pelo menos, vários meses; apesar dos estudiosos saberem muito, os experientes e vividos sabem muito mais. Camões pede para que rei D. Sebastião valorize os seus generais.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Fazei, meu senhor, com que os admiráveis generais alemães, franceses, italianos e ingleses nunca digam que os grandes vassalos portugueses são melhores para obedecer do que mandar. Tome como conselheiros apenas os homens que tenham muita experiência em batalha, de preferência vários anos ou, pelo menos, vários meses; apesar dos estudiosos saberem muito, os experientes e vividos sabem muito mais.
CANTO X – ESTROFE 153
“Camões pede para que o rei D. Sebastião escolha os seus generais pelos seus feitos”
De Formião, filósofo elegante,
Vereis como Anibal escarnecia,
Quando das artes bélicas diante
Dele com larga voz tratava e lia.
A disciplina militar prestante
Não se aprende, senhor, na fantasia,
Sonhando, imaginando, ou estudando;
Senão vendo, tratando e pelejando.
De Formião, filósofo elegante, vereis como Anibal escarnecia, quando das artes bélicas diante dele com larga voz tratava e lia. A disciplina militar prestante não se aprende, senhor, na fantasia, sonhando, imaginando, ou estudando; senão vendo, tratando e pelejando. (1)
(1) Vereis como o grande general Aníbal escarnecia o elegante filósofo Formião quando este, com larga voz, lia diante dele o tratado de artes bélicas. A prestante disciplina militar não se aprende, meu senhor, na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando; ela se adquire vendo, tratando e lutando. Camões pede para que o rei D. Sebastião escolha os seus vassalos baseando-se nos méritos e conquistas deles, não nos seus ditos estudos e conhecimentos.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Vereis como o grande general Aníbal escarnecia o elegante filósofo Formião quando este, com larga voz, lia diante dele o tratado de artes bélicas. A prestante disciplina militar não se aprende, meu senhor, na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando; ela se adquire vendo, tratando e lutando.
CANTO X – ESTROFE 154
“Camões pede para que o rei D. Sebastião escute os seus conselhos”
Mas eu, que falo, humilde, baixo e rudo,
De vós não conhecido, nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
Que louvor sai às vezes acabado:
Nem me falta na vida honesto estudo,
Com longa experiência misturado,
Nem engenho, que aqui vereis presente,
Cousas que juntas se acham raramente.
Mas eu, que falo, humilde, baixo e rudo, de vós não conhecido, nem sonhado? Da boca dos pequenos sei, contudo, que louvor sai às vezes acabado: nem me falta na vida honesto estudo, com longa experiência misturado, nem engenho, que aqui vereis presente, cousas que juntas se acham raramente. (1)
(1) Mas quem sou eu, um humilde, de baixa classe, pobre e não conhecido ou sonhado por vós para lhe dar conselhos? Contudo, sei que o louvor às vezes sai acabado da boca dos pequenos: e na vida não me falta o honesto estudo, a longa mistura de experiência e o trabalho esforçado que vereis em meus versos, sendo que ver essas coisas todas junta é algo raro de se achar. Camões pede para que rei. D. Sebastião preste atenção nos seus conselhos.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Mas quem sou eu, um humilde, de baixa classe, pobre e não conhecido ou sonhado por vós para lhe dar conselhos? Contudo, sei que o louvor às vezes sai acabado da boca dos pequenos: e na vida não me falta o honesto estudo, a longa mistura de experiência e o trabalho esforçado que vereis em meus versos, sendo que ver essas coisas todas junta é algo raro de se achar.
CANTO X – ESTROFE 155
“Camões diz que serve ao rei D. Sebastião e pede para ser reconhecido”
Pera servir-vos, braço às armas feito;
Pera cantar-vos, mente às musas dada;
Só me falece ser a vós aceito,
De quem virtude deve ser prezada.
Se me isto o céu concede, e o vosso peito
Dina empresa tomar de ser cantada,
Como a pressaga mente vaticina,
Olhando a vossa inclinação divina:
Pera servir-vos, braço às armas feito; pera cantar-vos, mente às musas dada; só me falece ser a vós aceito, de quem virtude deve ser prezada. Se me isto o céu concede, e o vosso peito dina empresa tomar de ser cantada, como a pressaga mente vaticina, olhando a vossa inclinação divina: (1)
(1) Para servir-vos, ó D. Sebastião, tenho as armas em meus braços; para cantar-vos, a mente tenho dada às musas; só me falta ser aceito por vós, por que as minhas virtudes devam ser reconhecidas. Se o céu me conceder este desejo e o vosso peito coração se lançar numa empreitada digna de ser canta, como minha mente já pressente e quando olho a sua inclinação divina. Camões canta que ele serve ao rei D. Sebastião e que pressente que o monarca português a de realizar grandes feitos [continua na próxima estrofe].
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Para servir-vos, ó D. Sebastião, tenho as armas em meus braços; para cantar-vos, a mente tenho dada às musas; só me falta ser aceito por vós, por que as minhas virtudes devam ser reconhecidas. Se o céu me conceder este desejo e o vosso peito coração se lançar numa empreitada digna de ser canta, como minha mente já pressente e quando olho a sua inclinação divina:
CANTO X – ESTROFE 156
“Camões conclui sua obra dizendo para o rei D. Sebastião realizar grandes feitos”
Ou fazendo que, mais que a de Medusa
A vista vossa tema o monte Atlante,
Ou rompendo nos campos de Ampelusa
Os Mouros do Marrocos e Trudante;
A minha já estimada e leda musa,
Fico que em todo o mundo de vós cante,
De sorte de Alexandro em vós se veja,
Sem à dita de Aquiles ter inveja.
Ou fazendo que, mais que a de Medusa a vista vossa tema o monte Atlante, ou rompendo nos campos de Ampelusa os Mouros do Marrocos e Trudante; a minha já estimada e leda musa, fico que em todo o mundo de vós cante, de sorte de Alexandro em vós se veja, sem à dita de Aquiles ter inveja. (1)
(1) Que vós faça uma empresa digna de ser cantada, ao fazer com que o Monte Atlas tema mais a vossa vista do que a da Medusa, ou derrotando nos campos de Ampelusa os mouros do Marrocos e de Trudante. Fico certo de que minha estimada e alegre musa cantará em todo o mundo os seus feitos, fazendo com que seja visto como um Alexandre, mas sem a inveja de Aquiles. Camões conclui sua obra dizendo que aguarda os grandes feitos do rei D. Sebastião, feitos estes que serão sempre cantados e glorificados por todo o mundo.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
Que vós faça uma empresa digna de ser cantada, ao fazer com que o Monte Atlas tema mais a vossa vista do que a da Medusa, ou derrotando nos campos de Ampelusa os mouros do Marrocos e de Trudante. Fico certo de que minha estimada e alegre musa cantará em todo o mundo os seus feitos, fazendo com que seja visto como um Alexandre, mas sem a inveja de Aquiles.
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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Esses foram os nossos comentários sobre a centésima quadragésima quinta até a centésima quinquagésima sexta estrofe do décimo canto de Os Lusíadas, onde Camões dá alguns conselhos ao rei D. Sebastião e, assim, conclui a sua grande obra.
Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.