Venha conhecer os principais eventos que acontecem nos dez cantos que compõem Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
CANTO I
O primeiro canto da obra começa a introdução de Camões, onde o poeta diz que a sua obra contara os grandes feitos realizados pelos corajosos portugueses em suas expedições marítimas rumo ao Oriente, assim como também contara os grandes feitos dos portugueses que expandiram o império de Portugal e a fé cristã.
Seguindo a tradições dos grandes poetas do passado, Camões faz a invocação das Musas, pedindo para que elas inspirem os seus versos. Camões também diz que sua obra é dedicada ao jovem rei D. Sebastião.
A obra, que narrara a viagem da frota do capitão Vasco da Gama que saiu das praias de Lisboa e chegou até a costa indiana, começa a contar a partir da chegada dos portugueses na costa africana oriental, alguns meses após a partida deles de Portugal. Neste momento da obra, se inicia um consílio dos deuses no Monte Olimpo, onde se discute se os portugueses devem ou não alcançar as terras do Oriente e, assim, superar os grandes feitos realizados pelos heróis gregos e romanos. Os deuses se dividem entre os opositores da viagem, liderados por Baco, e os apoiadores e defensores dos portugueses, liderados por Vênus; a discussão é vencida pela deusa do amor, sendo permitido que a frota lusitana continue seguindo a sua viagem. Baco, mesmo não tendo conseguido convencer os deuses a destruir os portugueses e impedir o prosseguimento da viagem, ainda não se dá por vencido e começa a maquinar a derrota da frota do capitão Vasco da Gama.
Quando finalmente começa a narrar a viagem dos portugueses à Índia, Camões conta que a frota portuguesa se encontra na costa africana Oriental, mais precisamente na região de Moçambique. Ali os portugueses encontram os povos muçulmanos que habitam aquelas terras e solicitam aos locais que forneçam algum piloto para guia-los pelo resto do caminho, já que a frota tinha chegado num ponto onde nenhum marinheiro português tinha chegado. Para infelicidade do capitão Vasco da Gama e de seus marinheiros, estes muçulmanos foram manipulados por Baco e, assim, acabaram colocando em prática um ataque surpresa contra os visitantes europeus. Mas, como os portugueses são um povo muito habituado ao combate, eles não sucumbiram ao ataque, conseguindo destruir os atacantes e até os saquear. Após derrotar as forças de Moçambique, o regente local consente em fornecer um piloto para guia-los, mas este, que também estava influenciado pelas tramoias de Baco, pretendia levar o capitão Vasco da Gama e sua frota para a destruição.
Este piloto, numa primeira tentativa de destruí-los, tenta leva-los até uma ilha com muçulmanos hostis, mas, como os portugueses estavam sob a proteção de Vênus, a deusa sopra os ventos em outra direção, afastando-os deste perigo. Em sua segunda tentativa, o piloto mouro convence os marinheiros a seguir para os portos de Mombaça, sendo que Vênus não permite que eles conseguiram atracar na ilha.
Baco, que não media esforços para destruir os portugueses, também foi até o regente de Mombaça para manipulá-lo, convencendo-o que os portugueses são uma ameaça e que precisam ser destruídos.
Camões encerra o primeiro canto lamenta que os portugueses precisam passar por tantos pesares e infortúnios para conseguirem alcançar os seus objetivos.
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CANTO II
O segundo canto da obra conta que a frota portuguesa, guiados pelo piloto de Moçambique, chegam à Mombaça. Baco se disfarçou de um sacerdote cristão para enganar os portugueses e os convencer a atracar no porto.
Vênus, que sempre teve um grande amor pelos portugueses e sabe que eles estão prestes a cair em uma armadilha, intervém em sua defesa e os impede de atracar.
Ao ver o que aconteceu e perceber que estava prestes a cair numa armadilha, o capitão Vasco da Gama faz uma prece direcionada aos céus, onde ora pela sua proteção e pela proteção da sua frota. Vênus, ao ouvir essas preces, vai até a morada de Júpiter e pede para que Júpiter os proteja.
Júpiter, que fica muito comido com o pedido de Vênus, diz que os portugueses não somente conseguirão concluir a sua grandiosa empreitada, como também realizarão grandiosos feitos nas terras do Oriente e, assim, alcançando uma glória jamais vista. Em seguida, Júpiter ordena que o deus Mercúrio vá até as terras de Melinde e avise o povo da chegada dos portugueses, para que assim sejam bem recebidos; Mercúrio também vai até os sonhos do capitão Vasco da Gama para avisá-lo que Mombaça é perigosa, mas que braços amigos o aguardam em Melinde.
Seguindo esses conselhos, o capitão Vasco da Gama parte com sua frota de Mombaça, seguindo navegando pela costa africana até chegar em Melinde.
Chegando ali, um embaixador português é enviado até o rei de Melinde para que pedisse que o monarca ajudasse os portugueses com mantimentos e, principalmente, fornecendo um piloto confiável para os guiar até as terras da Índia. Impressionado com o embaixador, o rei de Melinde consente em ajudá-los e parte vai até as naus portuguesas para conhecer a frota pessoalmente.
Ao chegar nas naus portuguesas e conhecer o capitão Vasco da Gama e os seus marinheiros, o rei de Melinde consente em ajudá-los com quaisquer coisas que precisem; como estava muito curioso com os ilustres e distantes visitantes, o monarca também pede para o capitão Vasco da Gama contar mais eles, dizem de onde exatamente vem, quem foram seus monarcas, quais suas leis e, sendo eles de terras tão distantes, como chegaram até aqui.
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CANTO III
O terceiro canto da obra começa com Camões pedindo novamente a inspiração das musas, pois agora ele contara a história de sua amada Portugal e, por isso, precisa que Calíope inspire seus versos.
O capitão Vasco da Gama então começa a narrar toda a história de Portugal para o rei de Melinde. Ele começa descrevendo os territórios do continente europeu, mencionando todas as regiões até chegar na Península Hispânica, que é onde ficam as terras portuguesas.
A formação de Portugal vem da época que os territórios da região estavam sob posse dos mouros (muçulmanos do norte da África). O rei espanhol Afonso VII foi um dos responsáveis por lutar contra os mouros e conquistar as terras da região; por causa de seus feitos, esse rei cristão atraiu muitos cavaleiros em sua causa, sendo um deles o conde Henrique de Borbonha, que veio a se casar com a sua filha e ocupar o condado de Portugal.
O conde Henrique foi muito feliz em seus combates contra os mouros, conseguindo expandir as pequenas terras portuguesas; com a sua morte, seu filho passou a assumir as suas terras, o famoso Afonso Henriques. Camões comenta a guerra de Afonso Henriques contra sua mãe, pois ela pretendia ficar com as terras para ela mesma; também comenta o caso do vassalo Egas Moniz.
Mas o principal evento de Afonso Henrique foi a fundação do reino de Portugal. Quando lutava contra os mouros, se viu em uma grandíssima desvantagem numérica; assim, se prostou a rezar e teve uma visão de Jesus Cristo crucificado. Por causa dessa aparição milagrosa, foi consagrado rei pelos seus súditos e, pela benção de Deus, conseguir vencer as numerosas forças inimigas.
Em seguida vieram mais outras vitórias gloriosas do rei Afonso I, onde ele conquistou ainda mais territórios na península, dentre deles as terras de Lisboa. O monarca chegou a participar de outros embates, alguns até ao lado de seu filho, príncipe Sancho.
O príncipe Sancho assume o reino após a morte de seu pai com o título de rei Sancho I. A partir daí, ele e seus herdeiros se dedicaram a combater as forças mouras inimigas e dilatar o reino de Portugal.
Após a sua morte, são sucedidos os reis Afonso II, Sancho II, Afonso III, Diniz I e o famoso Afonso IV.
Dentre os vários eventos que ocorreram durante o reinado do rei Afonso IV, se destacam a batalha de Salado e o assassinato de Inês de Castro. A batalha de Salado foi uma tentativa de invasão dos mouros no reino de Castela; o rei Afonso, que tinha o rei castelhano como cunhado, foi lutar contra os invasores africanos, sendo os cristãos mais uma vez bem-sucedidos.
O assassinato de Inês de Castro foi o evento mais terrível do reino do rei Afonso IV e um dos mais tristes da história de Portugal. O príncipe Pedro de Portugal acabou se envolvendo com Inês de Castro, uma nobre de Castela, e tendo alguns filhos; os conselheiros do rei Afonso, temendo que esses filhos castelhanos pudessem vir a assumir o trono português, convencem o monarca a mandar matar a mulher, acabando assim com um possível problema na sucessão de Portugal. A mulher acaba sendo trazia até o rei e, mesmo implorando por sua própria vida, é brutalmente executa.
Quando o rei Afonso IV faleceu e o príncipe Pedro assumiu o trono como Pedro I, o novo monarca se vinga dos assassinos e envolvidos no caso, marcando o seu treino com muita crueldade.
Seu filho e sucessor, o rei Fernando I, acabou se mostrando um monarca fraco e facilmente influenciável, sendo o responsável por uma crise de sucessão ao também se envolver com uma nobre de Castela, crise está que quase acabou com o reino de Portugal.
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CANTO IV
O quarto canto da obra continua a narração do capitão Vasco da Gama sobre a história de Portugal para o rei de Melinde.
Portugal sofreu uma crise de sucessão, pois a filha e única herdeira rei Fernando I, Beatriz, era esposa do rei de Castela. Os portugueses, querendo evitar que Portugal viesse a cair nas mãos dos castelhanos, elegeram D. João, filho bastardo do rei Pedro I como herdeiro, gerando assim um impasse e o início de um conflito.
O rei de Castela reuni um grande e exército e marcha contra Portugal, para assim destruir a pretensão de D. João e colocar a sua esposa Beatriz no trono. Em resposta, D. João reuniu os nobres portugueses para decidiu o que fazer, sendo, dentro das várias possibilidades, questionado até uma rendição. D. Nuno Álvares Pereira, que era o mais forte e lead dos portugueses, convenceu os nobres no conselho para lutarem pela independência de Portugal, sendo assim bem-sucedido.
Portugueses e o grande exército de Castela marcham um contra o outro no campo de batalha, realizando assim a grande batalha de Aljubarrota. Durante o conflito, destacasse os grandes feitos de D. Nuno, tendo ele até mesmo lutado contra os seus irmãos que haviam traído Portugal. Mesmo em menor número e tendo muitos mortos, Portugal derrota o exército de Castela, vencendo a batalha.
Após vencer Castela e se consagrar como décimo rei de Portugal, D. João I continua expandindo os territórios do reino de Portugal, sendo que agora ele avança contra as terras dos mouros na África, dando início a expansão portuguesa fora da Europa.
Segue a sucessão com o rei Duarte I e o rei Afonso V, este que foi grande responsável pela expansão de Portugal nas terras africanas.
Após a morte do rei Afonso V, o rei João II, querendo expandir ainda mais o império, manda mensageiros numa viagem rumo ao Oriente. Os dois atravessam a Europa por terra, indo até o Oceano Índico e, dali, alcançam as terras da Índia.
O rei Manoel I, sucessor do rei João II, sob influência do desejo de seus antepassados de alcançar as ricas e famosas terras do Oriente, acaba tendo um sonho essas terras, sonho esse que vê os rios Indo e Ganges personificados dizendo para o monarca vir conquistar essas terras tão distantes. O monarca ficou tanto empolgado com a sua visão que imediatamente começou os preparativos para uma viagem até aquelas terras.
Dentre os capitães escolhidos para essa grandiosa empreitada, foi selecionado Vasco da Gama como comandante da expedição. Sabendo das oportunidades, muitos se unem ao português para participar da viagem.
Antes de partir, o capitão Vasco da Gama comenta as falas do Velho do Restelo, que na mais significa o temor e receio dos que se lançam em tais aventuras, pois muitos perdem tudo e morre em tais jornadas; questiona ele o preço a ser pago para alcançar a tão sonhada glória.
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CANTO V
O quinto canto da obra continua a narração do capitão Vasco da Gama sobre a história de Portugal para o rei de Melinde, sendo que agora ele começa a narrar a viagem que a sua frota fez para alcançar as terras da Índia. Ele conta que a sua frota parte de Lisboa em julho de 1497, seguindo rumo ao sul pela costa africana ocidental e passando pelos povos e reinos que ficam ali.
Após cinco meses de viagem, a frota portuguesa descobre a Baía de Santa Helena, onde os portugueses entram em contato com negros nativos e acabaram entrando em conflito com eles.
Seguindo viagem, eles alcançam Cabo da Boa Esperança, mais conhecido pelo temido nome de Cabo das Tormentas. O capitão Vasco da Gama narra que o lugar é lar de um enorme monstro de rocha com formato humano chamado Adamastor. Esse colosso repreende os portugueses por tentarem atravessar os seus domínios e faz terríveis previsões, onde afirma que as próximas frotas portuguesas que passarem por ali sofrerão o peso de sua ira.
O Gigante Adamastor, ao ser questionado pelo capitão Vasco da Gama, se apresenta e conta a sua triste história. Ele diz que se apaixonou pela bela ninfa Tétis, mas que os seus sentimentos não foram correspondidos e, por isso, decidiu se unir na guerra que os seus irmãos gigantes estavam travando contra os deuses. Como os gigantes perderam a guerra, os deuses os transformaram em montes e rochedos, sendo assim o triste fim do Gigante Adamastor.
A frota do capitão Vasco da Gama segue viagem e finalmente alcança as águas da costa africana oriental; passam pela Baía de S. Brás, o porto do Rio dos Reis e as terras de Quelimane, onde finalmente conseguem notícias das terras que tanto almejam alcançar, mas também perderam muitos marinheiros por causa da febre e do escorbuto.
Continuam a dura viagem passando por Moçambique e Mombaça, locais onde os portugueses tiveram péssimos encontros com os povos muçulmanos que ficam ali. Depois disso, finalmente chegam à Melinde, onde encontram este bondoso povo e o seu caridoso rei.
Assim o capitão Vasco da Gama encerra o seu longo relato ao rei de Melinde sobre a história de Portugal e o trajeto que a sua frota fez durante esta grandiosa empreitada, deixando o rei e a sua comitiva muito impressionados.
Camões encerra o quinto canto da obra comenta que, apesar do seu povo ter realizado feitos tão grandiosos, são os artistas que registram esses feitos e os imortalizam na história. Ele lamenta que o povo português, principalmente os seus nobres, não dêem o devido valor as artes e as letras.
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CANTO VI
O sexto canto da obra começa com a partida dos portugueses de Melinde. Após o relato do capitão Vasco da Gama, o rei ficou tão impressionado com o que ouviu que oferece o piloto que os portugueses tanto precisam para concluir a sua empreitada; também oferece a sua amizade aos visitantes europeus, dizendo que ele sempre os receberá e os ajudará em suas viagens.
Com a partida deles rumo às terras do Oriente, o deus Baco, que ainda não desistiu de destruídos, desce até as profundezas do mar até o palácio do deus Netuno; ali, solicita que seja realizado um conselho com a presença de todos os demais deuses dos mares.
Tendo todas as divindades do mar reunidas, Baco começa a colocar seu maligno plano em prática; ele começa a os manipular, questionando o motivo de permitirem que os humanos naveguem livremente em seus domínios e diz que, se eles deixarem eles continuarem com esses insultos, logo os humanos vão querer expandir os seus territórios para os reinos divinos e, assim, destronar os deuses.
Com essas ardilosas palavras, Baco consegue manipular os deuses marítimos, voltando-os contra os marinheiros portugueses. Em sua ira, os deuses decidem soltar os furiosos ventos contra a frota portuguesa, para que assim eles utilizem de seu grande poder para destruí-los.
Enquanto acontecia o conselho de Baco com os deuses marítimos, os marinheiros que estavam fazendo a vigília noturna decidem compartilhar algumas histórias para passar o tempo. Veloso, que era o mais vivido deles, começa a contar o evento dos Doze da Inglaterra.
Segundo Veloso, esse evento aconteceu na época do grande rei D. João I, quando alguns cortesãos ingleses desrespeitaram nobres senhoras inglesas e, como elas não encontram nenhum grupo de homens ingleses para lutarem por sua honra, foram pedir socorro aos famosos e corajosos cavaleiros de Portugal. Doze cavaleiros foram escolhidos para viajar até a Inglaterra e desafiar esses homens.
Tamanho foi o evento que até o próprio rei da Inglaterra apareceu para ver a competição dos cavaleiros. Acontece o embate e, apesar dos esforços dos ingleses, os doze cavaleiros ingleses se sagraram campeões e, assim, reaviam a honra das damas da Inglaterra.
Mas então os relatos dos portugueses são interrompidos com a chegada dos furiosos ventos. Apesar da força das grandiosas embarcações e da capacidade dos marinheiros portugueses, nada pode se opor a força dessas poderosas entidades; a embarcações vão sendo atingidas e danificadas, não restando nenhuma opção para portugueses do que rezar aos céus pedindo um milagre.
Vênus, que sempre protegeu os portugueses, parte para os socorrer mais uma vez. Ela, querendo utilizar de sua graça e sedução para aclamar os furiosos ventos, desce até o fundo do mar para encontrar até o local onde ficam as belas ninfas nereidas e assim fazer elas seduzirem os furiosos ventos e cessar o ataque deles contra a frota portuguesa.
O plano da deusa do amor funciona perfeitamente: os conselhos de Vênus, as ninfas nereidas facilmente seduzem os furiosos ventos, fazendo-os parar de atacar a frota portuguesa. Com mais essa intercessão de Vênus, os portugueses saem salvos e finalmente chegam até a costa da Índia.
Camões encerra o sexto canto fazendo algumas considerações sobre os gloriosos feitos dos homens, dizendo que, para realizar qualquer grande ato, é necessário percorrer um longo e difícil caminho.
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CANTO VII
O sétimo canto da obra começa com um elogio que Camões faz ao povo português. Nele, o poeta menciona que, apesar das grandes dificuldades, os homens portugueses nunca deixaram de lutar pela expansão da fé de Cristo.
Camões, entretanto, também lamenta que os demais povos cristãos não sigam o exemplo do seu povo, preferindo ele lutar entre ti e tomar a terra dos seus irmãos de fé do que ir enfrentar os inimigos muçulmanos que estão na África e nas terras do Oriente.
Continuando a narrar a viagem da frota portuguesa, Camões conta a chegada neles nas tão sonhadas terras da Índia; a costa indiana é conhecida como Malabar, e a frota chega até a região do reino de Caleut. No local, os portugueses entram em contato com um muçulmano chamado Monçaide; ele, que nasceu nos países mouros próximos de Portugal, fica encantando ao reencontrar povos familiares e acaba se afeiçoando aos portugueses.
O mouro Monçaide conta que a história da província de Malabar, comentando que antigamente toda essa região estava sob o comando de um rei, mas que, quando ele se converteu ao islã, decidiu abandonar o seu trono e se ir para Meca. Monçaide também conta que a sociedade indiana é divida em grupos de pessoas, sendo os nobres guerreiros conhecidos como Naires, os comuns como Poleas, enquanto os sábios e religiosos sãos Brâmanes.
Os portugueses então vão ao encontro de Samorim, o rei de Calecut, em seu suntuoso palácio; no local, os portugueses veem estátuas representando as grandes figuras históricas do Oriente. Diante do rei, o capitão Vasco da Gama diz que eles são e faz uma proposta de aliança com Portugal, estabelecendo assim um comércio entre os dois reinos, além de também oferecer a proteção em caso de guerras e invasões.
Querendo ter certeza de quem são, o rei manda um dos seus conselheiros investigar esses estranhos e distantes visitantes. O conselheiro vai até o mouro Monçaide em busca de respostas, onde ele descobre que são um povo muito guerreiro e conquistador; seguindo um conselho do mouro, ele vai até as naus portuguesas para falar diretamente com eles.
Nas naus, o conselheiro indiano é recepcionado por Paulo da Gama, irmão do capitão Vasco da Gama, este que mostrará uma série de pinturas que representam os grandes heróis lusitanos.
Camões encerra o sétimo canto pedindo, mais uma vez, inspiração das musas, para que assim ele continue cantando versos que sejam dignos dos grandes feitos dos portugueses. O poeta comenta o seu estado, dizendo que ele já vendo se dedicando a muito tempo nesta obra e que, desde então, seus infortúnios são muito grandes, estando ele muito pobre e correndo risco de vida a todo momento; ele também menciona, mais uma vez o desprezo dos nobres portugueses pelo seu trabalho e esforço.
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CANTO VIII
O oitavo canto da obra começa com o Paulo da Gama mostrando as pinturas dos ilustres lusitanos para o conselheiro indiano que foi até as naus portuguesas.
Começa mostrando a representação de Luso, companheiro do deus Baco e aquele de quem veio o nome de Lusitânia; mostra a figura de Ulisses, o lendário herói grego que participou do cerco de Tróia e que, segundo mitos, foi o fundador de Lisboa; vem Viriato e Sertório, dois grandes guerreiros que se rebelaram contra Roma.
Mostrando as figuras dos heróis mais contemporâneos, mostra a figura de D. Henrique, conde de Portugal e seu filho, Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal; menciona também a pintura de Egas Moniz, vassalo do rei Afonso.
Vem a figura do grande Dom Nuno de Álvares Pereira, o grande cavaleiro que comandou os exércitos do rei João I. Segue mostrando outras pinturas de ilustres portugueses que lutaram para expandir o império português e a fé cristã.
Com o que foi apresentado, o ministro indiano fica muito impressionado com os português e informa o que viu o rei Samorim de Calecut. O monarca, ainda em dúvida, manda os seus feiticeiros utilizarem de suas magias para ver quem eles realmente são, sendo que eles vêem que os portugueses são um povo guerreiro e que conquistarão as terras da Índia.
Neste momento, o deus Baco, que ainda não tinha desistido de destruir os portugueses, coloca em prática a sua última tentativa; vai até os sonhos de um dos sacerdotes muçulmanos de Calecut disfarçado do profeta Maomé e, manipulando o sacerdote, diz que os portugueses são os seus inimigos e que precisam ser destruídos antes de conquistarem o Oriente. Acreditando nas mentiras de Baco, o sacerdote convoca os demais sacerdotes de Calecut e os convence a atacar os portugueses.
Para isso, eles subornam os conselheiros do rei, para que assim convencessem o monarca a recusar a oferta de aliança com os visitantes europeus. Neste momento Camões faz alguns comentários sobre a importância de um rei ter bons conselheiros ao seu lado, para que assim ele não seja manipulado pela vontade corrupta daqueles que o cercam.
O rei Samorim, já influenciado pelas mentiras de seus conselheiros corruptos, questiona o capitão Vasco da Gama antes de responder ao seu pedido de aliança. Em resposta, o comandante português responde desmentindo as falsas acusações e, com isso, convence o monarca indiano a aceitar a proposta de aliança com Portugal. Como oferta inicial, os portugueses recebem mercadorias do rei, para que assim possam iniciar as transações mercantis que viriam a ser tão bem sucedidas.
Mas o conselheiro indiano do rei, como ainda pretendia sabotar os portugueses, tenda retardar o retorno do capitão Vasco da Gama até as naus, segurando-o o mais tempo possível em terra. O comandante português, após perceber o estranho comportamento do indiano, o confronta, iniciando uma discussão, onde decide que venderia as mercadorias na cidade e entregaria o dinheiro par ao ministro e, assim, ficando livre para subir as suas naus. Vasco da Gama sobe as nuas deixando dois marinheiros portugueses em terra, sendo eles os responsáveis por vender as mercadorias.
Camões encerra o oitavo canto de sua obra fazendo alguns comentários sobre a cobiça dos homens pelo outro e pelas riquezas.
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CANTO IX
O nono canto da obra começa contando os eventos finais que ocorrem em Calecut. O capitão Vasco da Gama, que tinha recebido mercadorias do rei Samorim, agora teve que entrega-las para um conselheiro corrupto do rei para poder retornar às suas naus; o comandante português deixou dois marinheiros em terra para poderem vender as mercadorias e entregar o dinheiro ao conselheiro.
Como tinha sido subornado pelos muçulmanos, o conselheiro pretendia destruir os portugueses, sendo que o seu novo plano era manter a frota portuguesa o maior tempo possível em terra até que uma outra frota, esta que era de muçulmanos vindo de Meca, chegasse e os destruísse.
Os planos do conselheiro corrupto iam bem até que o mouro Monçaide, que tinha se afeiçoado aos portugueses, vai até a capitania portuguesa e conta o que estava acontecendo. O capitão Vasco da Gama manda os dois marinheiros retornarem imediatamente, mas ambos acaram sendo preso pelo conselheiro; em resposta a tal ataque, o comandante português vai e prende alguns mercadores, começando assim uma confusão na cidade.
O rei Samorim, ao descobrir tudo o que estava acontecendo, manda que o seu conselheiro liberte os dois marinheiros portugueses de volta para as naus junto com as mercadorias, possibilidade que o capitão Vasco da Gama e sua frota pudessem finalmente deixar Calecut.
Conforme a frota portuguesa começava a viagem de volta para Portugal, a deusa Vênus, começou a por em prática um plano para poder recompensa-los por seu grande feito e, assim, aliviar com descansos e prazeres as suas dores.
Para isso, a deusa do amor prepara uma de suas ilhas para recebe-los, está que está cheia com as belas ninfas nereidas. Começa seu plano indo até o seu filho Cupido, para que esse usasse de suas flechas de amor para fazer as ninfas se apaixonarem pelos marinheiros portugueses; ao chegar até seu filho, ela vê que ele já preparava um exército de meninos para atacar o mundo, pois queria punir as pessoas que ocupavam os seus corações com coisas menos importantes do que o amor.
Cupido, querendo colocar o plano de sua mãe em prática, faz com que a deusa Fama vá até as ninfas e comece a cantar as glórias dos portugueses, deixando-as impressionados com os seus atos de bravura. Quando as ninfas estavam impressionadas, Cupido atacou-as com suas flechas de amor, deixando-as enamorados pelos portugueses. Assim, as ninfas já estavam prontas, indo todas seguindo Vênus até a Ilha dos Amores.
Quando estão navegando de volta para Portugal, os portugueses avistam a ilha e vão em sua direção. Nela, eles atracam as naus e como a explora-la em busca de mantimentos; nisso, os marinheiros começa a encontrar as belas ninfas, que estavam os esperando. Após um pouco de resistência, pois foram instruídas por Vênus a não se entregarem imediatamente, as ninfas se entregam aos portugueses, ficando juntos se deleitando em seus prazeres. O capitão Vasco da Gama, sendo o mais bem recompensado, fica com Tétis em um palácio na Ilha dos Amores.
Camões encerra o nono canto de sua obra falando sobre a imortalidade que os grandes homens alcançam por seus grandes feitos; ele diz que eram os antigos poetas que cantavam as glórias dos grandes heróis e, assim, eternizavam os seus feitos na memória das novas gerações, não permitindo que seus nomes fossem esquecidos.
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CANTO X
O décimo e último canto da obra começa com a continuação dos eventos que acontecem na Ilha dos Amores. Os portugueses, após ficarem juntos com as ninfas nereidas, são levados até o palácio da ilha para um grandioso banquete; ali eles se deleitam com os pratos mais deliciosos do mundo, além da boa companhia de suas ninfas.
Uma ninfa sereia, para elevar ainda mais a qualidade do banquete, começa a cantar uma canção para os portugueses; nesta canção, ela conta os feitos que os portugueses hão de realizar no futuro durante as suas expedições no Oriente, assim como em outras partes do mundo.
Camões, antes de narrar esses eventos, pede mais uma vez a inspiração das musas, para que assim ele também consiga contar esses grandiosos feitos realizados pelos heróis portugueses.
A ninfa seria começa a contar os feitos do grande Duarte Pacheco, que se consagrou entre os maiores generais da história ao enfrentar e vencer as grandiosas forças dos inimigos indianos com poucos homens. Também é mencionado o triste fim deste grande general, pois, mesmo tendo realizado grandiosos feitos pelo império português, acabou morrendo num pobre leito de hospital.
Em seguida conta a história de D. Francisco de Almeida e de seu filho, D. Lourenço de Almeida; ambos lutaram bravamente no Oriente, tanto que D. Lourenço morreu em combate, dando início a furiosa vingança de seu pai.
Conta o avanço do império pelas mãos de Afonso de Albuquerque e de seu ato tirânico contra um subordinado. Vai mencionado os nomes e feitos dos governadores das terras portuguesas no oriente: Lopo Soares, Diego Lopes Siqueira, D. Duarte Meneses, Vasco da Gama, D. Henrique de Meneses, D. Pedro Mascarenhas e Lopo Vaz de Sampaio, Nuno da Cunha, D. Garcia Noronha, Estevão da Gama, Martim Afonso de Sousa, D. João de Castro, D. João Mascarenhas e de D. João de Castro.
Termina seu longo canto dizendo esses grandes homens serão todos recebidos e recompensados na Ilha dos Amores.
Com o fim do banquete, Tétis leva o capitão Vasco da Gama para um morro na ilha, onde lhe revela a máquina do mundo, uma esfera que representa a criação feita por Deus e um presente que o comandante português receberá por liderar esta grande empreitada.
Tétis começa a explicar a máquina do mundo mostrando os firmamentos que circundam a Terra e, em seguida, a própria Terra, com seus mares, terras e povos; mostra as terras da África, do Oriente Médio, e as extensas terras do Oriente que os portugueses irão descobrir e conquistar.
Aproveita para mostrar as terras onde o apóstolo S. Tomé fez suas pregações e converteu os infiéis; menciona os milagres que ele fez por ali e como, ao ser perseguido pelos sacerdotes gentios, veio a ser assassinado.
Termina de mostrar as terras da Ásia e concluí a explicação da máquina do mundo revelando as terras da América que serão descobertas e os territórios que os portugueses possuirão por ali.
Com isso, os portugueses deixam a Ilha dos Amores preparada pela deusa Vênus e seguem viagem, onde finalmente retornam para a sua amada Portugal e concluem esta grandiosa empreitada.
Camões encerra o décimo canto e a sua obra dirigindo as suas palavras ao jovem rei D. Sebastião. O poeta diz que, devido ao desprezo que recebe dos próprios portugueses, ele já não possui animo para cantar; por isso, ele pede ao rei que dê o devido valor aos seus vassalos, escolhendo aqueles que ficarão ao seu lado por seus méritos e evitando os bajuladores. Finaliza sua obra instigando o monarca a realizar grandes feitos, para que assim eles sejam cantados por outros poetas e também sejam imortalizados.
Comece a ler os nossos comentários completos sobre o décimo canto de Os Lusíadas aqui.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Esses foram os nossos comentários resumindo Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.