Neste nosso quinto comentário sobre Hamlet, falamos sobre o quinto e último ato da peça, onde o príncipe Hamlet finalmente se vinga do rei Cláudio.  

Willian Shakespeare
A vingança de Hamlet

O funeral de Ofélia

No cemitério, dois coveiros conversam enquanto preparam uma cova para um enterro; eles discutem o motivo de uma pessoa que se suicidou por afogamento poder ser enterrada como as demais, já que, segundo as normas cristãs, não se pode velar alguém que se matou. Mas como no caso a pessoa que morreu era nobre, ela acaba recebendo certos privilégios que os meros plebeus não têm.

Em seguida, como são coveiros, falam sobre a morte e como as “casas que eles constroem para os mortos” são as mais duradouras, pois abrigam os mortos até o fim dos tempos.

Nisto chega o príncipe Hamlet e Horário que, ao verem um dos coveiros cantando enquanto esvazia uma cova, ficam surpresos como ele trata tão mal os restos dos defuntos. Lamentam que, não importando o quão grande um homem possa ser, ele acaba indo parar em uma cova e sendo desrespeitado por um coveiro.

Hamlet, sem revelar a sua identidade, então conversa com o coveiro e vê que a cova que está sendo aberta foi de Yorick, o bobo da corte do falecido rei. Nisto o príncipe Hamlet toma a caveira dele nas mãos e começa a relembrar os bons momentos de diversão que teve com ele na sua infância; continuando a falar sobre a morte, Hamlet comenta mais uma vez que a morte é o destino de todos os homens, não importando o quão grande ele fosse.

Então chegam o rei, a rainha, Laertes e o séquito real acompanhados de uma procissão para o funeral da pobre Ofélia; Hamlet fica assustado ao descobrir que Ofélia morreu.

Laertes então diz que o culpado pela loucura e suicídio de sua irmã é Hamlet, este que, ao ouvir tal acusação, saí das sombras revelando que estava ali. Ambos lutam sob a cova de Ofélia até que os guardas do rei chegam para apartar a briga.

O convite para a morte

Após a confusão no cemitério, Hamlet e Horácio ficam sozinhos numa sala do castelo; o príncipe conta o que aconteceu com ele no barco que ia para a Inglaterra. Diz que encontrou sob posse de Rosencrantz e Guildentern um documento que mandava os ingleses matarem Hamlet, ele que, ao ler suas palavras, rapidamente o adulterou escrevendo um novo texto, para que assim os ingleses viessem a matar Rosencrantz e Guildentern.

Horácio fica espantado com o relato de Hamlet, lamentando que o rei utilize de tais métodos para conseguir o que quer. Hamlet diz que, com tantos crimes e pecados nas costas, não seria errado ele matar o rei.

Nisto chega um emissário do rei que, ao fazer grandiosos elogios aos talentos de Laertes, convoca o príncipe Hamlet para duelo amigável contra o filho de Polônio. Hamlet, não prevendo que o rei preparou uma armadilha, aceita o desafio.

Horácio questiona a situação, perguntando ao príncipe se ele está preparado para o combate; Hamlet responde que está com pressentimento estranho, mas que mesmo assim enfrentará Laertes, pois, se algum mal tiver que cair sobre ele, que cai logo, já tudo que existe é incerto, já que “se ninguém conhece nada daquilo que aqui deixa, que importa deixá-lo um pouco antes?”

A vingança de Hamlet

No salão onde ocorrerá o duelo, o rei coloca Laertes diante de Hamlet, este que lamenta as desavenças anteriores, colocando a culpa de suas ações na sua loucura.

Para o duelo, Laertes escolhe a espada que, além de possuir uma lâmina verdadeira, também está envenenada; o rei Cláudio, não querendo apenas depender da esgrima de Laertes, prepara um cálice com veneno para Hamlet.

Começa o duelo e, para a surpresa de todos, Hamlet se sobressai sobre Laertes, superando as suas capacidades com a espada. Como o príncipe não era atingido pela espada envenenada, o rei o instiga a tomar o cálice envenenado, mas Hamlet não aceita a bebida de imediato. A rainha Gertrudes, empolgada com o duelo de seu filho, pega e bebe a taça, sem saber o seu verdadeiro conteúdo.

No terceiro assalto, Laertes fere Hamlet, mas tem a sua espada trocada durante o combate e, assim, acaba sendo ferido por sua própria lâmina. A luta, que perde o controle, é interrompida quando a rainha caí morta, dizendo que a taça que bebeu estava envenenada.

Hamlet questiona a todos sobre tal traição, onde Laertes revela que a rainha não é a única vítima da noite, já que a espada que feriu ambos também está envenenada; em suas últimas palavras, Laertes culpa o rei Cláudio por tal ato. Ao ouvir isso e ver que o momento de sua vingança finalmente chegou, Hamlet fere o rei Cláudio com a espada, matando o assassino de seu amado pai.

Sentindo o frio toque da morte, Hamlet pede para seu amigo Horário contar a todos o que realmente aconteceu, espalhando e limpando o nome de Hamlet pelo mundo.

Nisto Fortimbrás chega ao castelo e, vendo os corpos mortos do rei e do príncipe herdeiro, clama o direito ao trono para si. Termina dizendo que Hamlet, por ser tão honrado, deve merecer um funeral digno de um grande rei guerreiro.

Esse foi o nosso quinto comentário sobre a obra Hamlet, de Willian Shakespeare, onde o príncipe Hamlet finalmente se vinga do rei Cláudio.  

 

Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre as grandes obras de Shakespeare, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.

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