Neste nosso trigésimo oitavo comentário sobre Os Lusíadas, continuaremos a ler o quarto canto da obra, onde Camões canta a expansão do reino de Portugal nas terras dos mouros na África.
CANTO IV – ESTROFE 48
“O capitão Vasco da Gama comenta que o rei João I parte para conquistar as terras dos mouros na África”
Não sofre o peito forte, usado à guerra,
Não ter imigo já a quem faça dano;
E assim não tendo a quem vencer na terra,
Vai cometer outras ondas do Oceano.
Este é o primeiro Rei que se desterra
Da pátria, por fazer que o Africano
Conheça pelas armas quanto excede
A lei de Cristo à lei de Mafemede.
“Não sofre o peito forte, usado à guerra, não ter imigo já a quem faça dano; e assim não tendo a quem vencer na terra, vai cometer outras ondas do Oceano. Este é o primeiro Rei que se desterra da pátria, por fazer que o Africano conheça pelas armas quanto excede a lei de Cristo à lei de Mafemede. (1)”
(1) O forte coração do rei João I, que carrega a tradição militar portuguesa, ao não se contentar em não ter um inimigo para guerrear, parte para as ondas do reino de Oceano rumo à África. Ele é o primeiro rei português a se aventurar fora da terra, tudo para que assim mostre aos mouros que a lei de Cristo é superior à de Maomé. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que o rei João I parte para invadir as terras dos mouros na África.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“O forte coração do rei João I, que carrega a tradição militar portuguesa, ao não se contentar em não ter um inimigo para guerrear, parte para as ondas do reino de Oceano rumo à África. Ele é o primeiro rei português a se aventurar fora da terra, tudo para que assim mostre aos mouros que a lei de Cristo é superior à de Maomé.”
CANTO IV – ESTROFE 49
“O capitão Vasco da Gama comenta que o rei João I conquista a cidade de Ceuta”
Eis mil nadantes aves pelo argento
Da furiosa Tétis inquieta,
Abrindo as pandas asas vão ao vento,
Para onde Alcides pôs a extrema meta.
O monte Abila, e o nobre fundamento
Da Ceita toma, e o torpe Maometa
Deita fora; e segura toda a Espanha
Da juliana, má e desleal manha.
“Eis mil nadantes aves pelo argento da furiosa Tétis inquieta, abrindo as pandas asas vão ao vento, para onde Alcides pôs a extrema meta. O monte Abila, e o nobre fundamento da Ceita toma, e o torpe Maometa deita fora; e segura toda a Espanha da juliana, má e desleal manha. (1)”
(1) Eis que vão mil embarcações que, como aves que abrem suas asas, abrem suas velas nas águas prateadas da furiosa e inquieta deusa Tétis rumo ao estreito de Gibraltar, local que foi aberto pelo próprio Hércules. Os portugueses, sob o comando do rei João I, conquistam o monte Abila e o nobre fundamento da Ceuta, assegurando toda a região da Espanha ao expulsar os muçulmanos que estavam ali. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que o rei João I, ao se aventurar no mar, conquista Ceuta.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“Eis que vão mil embarcações que, como aves que abrem suas asas, abrem suas velas nas águas prateadas da furiosa e inquieta deusa Tétis rumo ao estreito de Gibraltar, local que foi aberto pelo próprio Hércules. Os portugueses, sob o comando do rei João I, conquistam o monte Abila e o nobre fundamento da Ceuta, assegurando toda a região da Espanha ao expulsar os muçulmanos que estavam ali.”
CANTO IV – ESTROFE 50
“O capitão Vasco da Gama comenta a morte do rei João I”
Não consentiu a morte tantos anos
Que de herói tão ditoso se lograsse
Portugal, mas os coros soberanos
Do Céu supremo quis que povoasse;
Mas para defensão dos Lusitanos
Deixou quem o levou, quem governasse
E aumentasse a terra mais que d’antes,
Ínclita geração, altos infantes.
“Não consentiu a morte tantos anos que de herói tão ditoso se lograsse Portugal, mas os coros soberanos do Céu supremo quis que povoasse; mas para defensão dos Lusitanos deixou quem o levou, quem governasse e aumentasse a terra mais que d’antes, ínclita geração, altos infantes. (1)”
(1) A morte, que não permitiu que Portugal gozasse de tão grande herói por tantos anos, chegou para o rei João I, o enviando para povoar os coros soberanos do Céu Supremo. Mas, ao morrer, deixou Portugal uma notável geração de pessoas que, não só defenderiam as terras lusitanas, como também as aumentaria como nunca antes. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta a morte do rei João I.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“A morte, que não permitiu que Portugal gozasse de tão grande herói por tantos anos, chegou para o rei João I, o enviando para povoar os coros soberanos do Céu Supremo. Mas, ao morrer, deixou Portugal uma notável geração de pessoas que, não só defenderiam as terras lusitanas, como também as aumentaria como nunca antes.”
CANTO IV – ESTROFE 51
“O capitão Vasco da Gama comenta que o rei Duarte I, herdeiro do trono de Portugal, teve um reinado com muitas complicações”
Não foi do rei Duarte tão ditoso
O tempo que ficou na suma alteza;
Que assim vai alterando o tempo iroso
O bem co’o mal, o gosto co’a tristeza.
Quem viu sempre um estado deleitoso?
Ou quem viu em fortuna haver firmeza?
Pois inda neste reino e neste rei
Não usou ela tanto desta lei?
“Não foi do rei Duarte tão ditoso o tempo que ficou na suma alteza; que assim vai alterando o tempo iroso o bem co’o mal, o gosto co’a tristeza. Quem viu sempre um estado deleitoso? ou quem viu em fortuna haver firmeza? Pois inda neste reino e neste rei não usou ela tanto desta lei? (1)”
(1) O rei Duarte I não teve um reinado tão feliz quanto o do seu falecido pai, o rei João I, já que a sorte vai alternando entre o bem e o mal. Afinal, quem já viu um estado que sempre esteve feliz? Quem já viu constância na fortuna? Pois a lei da fortuna não se usou tanto deste rei? Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta como foi difícil o reinado do rei Duarte I, herdeiro do rei João I.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“O rei Duarte I não teve um reinado tão feliz quanto o do seu falecido pai, o rei João I, já que a sorte vai alternando entre o bem e o mal. Afinal, quem já viu um estado que sempre esteve feliz? Quem já viu constância na fortuna? Pois a lei da fortuna não se usou tanto deste rei?”
CANTO IV – ESTROFE 52
“O capitão Vasco da Gama comenta que, das dificuldades enfrentadas, o rei Duarte I viu seu irmão Fernando ser preso pelos mouros”
Viu ser cativo o santo irmão Fernando,
Que a tão altas empresas aspirava,
Que por salvar o povo miserando
Cercado, ao Sarraceno s’entregava.
Só por amor da pátria está passando
A vida, de senhora feita escrava,
Por não se dar por ele a forte Ceita:
Mais o público bem que o seu respeita!
“Viu ser cativo o santo irmão Fernando, que a tão altas empresas aspirava, que por salvar o povo miserando cercado, ao Sarraceno s’entregava. Só por amor da pátria está passando a vida, de senhora feita escrava, por não se dar por ele a forte Ceita: mais o público bem que o seu respeita! (1)”
(1) O rei Duarte I viu Fernado, seu santo irmão, ser capturado pelos sarracenos ao se arriscar em perigosas empreitadas, este que, se recusando a ser trocado como refém pela fortaleza de Ceuta, acabou sendo feito de escravo. Fernando respeitou mais o bem público de Portugal do que o seu próprio. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta as dificuldades passavas pelo rei Duarte I durante o seu reinado, vide a captura e morte de seu irmão D. Fernando.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“O rei Duarte I viu Fernado, seu santo irmão, ser capturado pelos sarracenos ao se arriscar em perigosas empreitadas, este que, se recusando a ser trocado como refém pela fortaleza de Ceuta, acabou sendo feito de escravo. Fernando respeitou mais o bem público de Portugal do que o seu próprio.”
CANTO IV – ESTROFE 53
“O capitão Vasco da Gama compara a atitude de D. Fernando, que preferiu ser prisioneiro do que entregar Ceuta aos mouros, com figuras do passado que também se sacrificaram pela pátria”
Codro, por que o inimigo não vencesse,
Deixou antes vencer da morte a vida;
Régulo, por que a pátria não perdesse,
Quis mais a liberdade ver perdida;
Este, por que se Espanha não temesse,
A cativeiro eterno se convida!
Codro, nem Cúrcio, ouvidos por espanto,
Nem os Décios leais fizeram tanto.
“Codro, por que o inimigo não vencesse, deixou antes vencer da morte a vida; Régulo, por que a pátria não perdesse, quis mais a liberdade ver perdida; este, por que se Espanha não temesse, a cativeiro eterno se convida! Codro, nem Cúrcio, ouvidos por espanto, nem os Décios leais fizeram tanto. (1)”
(1) Cotro, o último rei de Atenas, deixou ser morto para que o inimigo não vencesse; Régulo, consul romano, preferiu perder sua liberdade do que deixar a pátria ser vencida; desta forma quis Fernando, para que a Espanha não fosse entregue aos mouros, se entregou ao cativeiro! Nem Codro, nem Curício, que era falava com muita admiração, nem os leais Décios fizeram tanto pela pátria quanto Fernando. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, compara a ato de lealdade de D. Fernando, irmão do rei Duarte I, com outros grandes personagens históricos que se sacrificaram pela sua pátria.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“Cotro, o último rei de Atenas, deixou ser morto para que o inimigo não vencesse; Régulo, consul romano, preferiu perder sua liberdade do que deixar a pátria ser vencida; desta forma quis Fernando, para que a Espanha não fosse entregue aos mouros, se entregou ao cativeiro! Nem Codro, nem Curício, que era falava com muita admiração, nem os leais Décios fizeram tanto pela pátria quanto Fernando.”
CANTO IV – ESTROFE 54
“O capitão Vasco da Gama conta que Afonso V herdou o trono de Portugal de seu pai, o falecido rei Duarte I”
Mas Afonso, do reino único herdeiro,
Nome em armas ditoso, em nossa Hispéria
Que a soberba do bárbaro fronteiro
Tornou em baixa e humílima miséria,
Fora por certo invicto cavaleiro,
Se não quisera ir ver a terra Ibéria.
Mas África dirá ser impossíbil,
Poder ninguém vencer o rei terríbil.
“Mas Afonso, do reino único herdeiro, nome em armas ditoso, em nossa Hispéria que a soberba do bárbaro fronteiro tornou em baixa e humílima miséria, fora por certo invicto cavaleiro, se não quisera ir ver a terra Ibéria. Mas África dirá ser impossíbil, poder ninguém vencer o rei terríbil. (1)”
(1) O rei Afonso V, herdeiro do rei Duarte I que carrega o nome daqueles grandes reis guerreiros portugueses, tornou a soberba dos vizinhos mouros em uma baixa e humilhante miséria, sendo ele que ele seria um cavaleiro invicto se não tivesse perdido uma guerra para Castela. Mas ele, por suas inúmeras vitórias na África, ali dirão que nunca fora vencido. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que o rei Afonso V, filho e herdeiro do rei Duarte I, se mostrou um rei muito combatente, ganhando muitas batalhas.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“O rei Afonso V, herdeiro do rei Duarte I que carrega o nome daqueles grandes reis guerreiros portugueses, tornou a soberba dos vizinhos mouros em uma baixa e humilhante miséria, sendo ele que ele seria um cavaleiro invicto se não tivesse perdido uma guerra para Castela. Mas ele, por suas inúmeras vitórias na África, ali dirão que nunca fora vencido.”
CANTO IV – ESTROFE 55
“O capitão Vasco da Gama comenta que o rei Afonso V foi muito celebre em suas campanhas militares”
Este pôde colher as maças de ouro
Que somente o Tiríntio colher pôde:
Do jugo que lhe pôs, o bravo Mouro
A cerviz inda agora não sacode.
Na fronte a palma leva, e o verde louro
Das vitórias do bárbaro, que acode
A defender Alcácer, forte vila,
Tângere populoso, e a dura Arzila.
“Este pôde colher as maças de ouro que somente o Tiríntio colher pôde: do jugo que lhe pôs, o bravo Mouro a cerviz inda agora não sacode. Na fronte a palma leva, e o verde louro das vitórias do bárbaro, que acode a defender Alcácer, forte vila, Tângere populoso, e a dura Arzila. (1)”
(1) As capacidades do rei Afonso eram tamanhas que ele até poderia, se quisesse, colher as maças douradas que só Hércules conseguiu, vide que ele conseguiu colocar o bravo mouro sob servidão. Leva o verde louro das vitórias sobre os bárbaros mouros na defesa da forte vila de Alcácer, da populosa Tângere e da dura Arzila. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta as grandes vitórias do rio Afonso V sobre os mouros na África.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“As capacidades do rei Afonso eram tamanhas que ele até poderia, se quisesse, colher as maças douradas que só Hércules conseguiu, vide que ele conseguiu colocar o bravo mouro sob servidão. Leva o verde louro das vitórias sobre os bárbaros mouros na defesa da forte vila de Alcácer, da populosa Tângere e da dura Arzila.”
CANTO IV – ESTROFE 56
“O capitão Vasco da Gama comenta que o rei Afonso V foi um grande guerreiro, tendo conseguido conquistar mais territórios na África”
Porém elas enfim por força entradas,
Os muros abaixaram de diamante
Às portuguesas forças, acostumadas
A derribarem quanto acharam diante.
Maravilhas em armas estremadas,
E de escritura dinas elegante,
Fizeram cavaleiros nesta empresa,
Mais afinando a fama portuguesa.
“Porém elas enfim por força entradas, os muros abaixaram de diamante às portuguesas forças, acostumadas a derribarem quanto acharam diante. Maravilhas em armas estremadas, e de escritura dinas elegante, fizeram cavaleiros nesta empresa, mais afinando a fama portuguesa. (1)”
(1) Estas fortalezas quando, enfim, conquistadas pelos portugueses que eram acostumados a derrotarem tudo o que viam pela frente, abaixaram as suas rijas entradas de diamante. Durante estas conquistas, os cavaleiros portugueses realizaram incríveis feitos, aumentando ainda mais a fama portuguesa. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta os grandes feitos dos portugueses em suas empreitadas pelas terras mouras africanas.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“Estas fortalezas quando, enfim, conquistadas pelos portugueses que eram acostumados a derrotarem tudo o que viam pela frente, abaixaram as suas rijas entradas de diamante. Durante estas conquistas, os cavaleiros portugueses realizaram incríveis feitos, aumentando ainda mais a fama portuguesa.”
CANTO IV – ESTROFE 57
“O capitão Vasco da Gama comenta a tentativa do rei Afonso de V de conquistar o reino espanhol de Aragão”
Porém depois, tocado em ambição
E glória mandar, amara e bela,
Vai cometer Fernando d’ Aragão,
Sobre o potente reino de Castela.
Ajunta-se a inimiga multidão
Das soberbas e várias gentes dela,
Desde Cádiz ao alto Pirineu,
Que tudo ao rei Fernando obedeceu.
“Porém depois, tocado em ambição e glória mandar, amara e bela, vai cometer Fernando d’ Aragão, sobre o potente reino de Castela. Ajunta-se a inimiga multidão das soberbas e várias gentes dela, desde Cádiz ao alto Pirineu, que tudo ao rei Fernando obedeceu. (1)”
(1) Porém, depois do rei Afonso V ser tocado pela amarga e bela ambição e glória de governar, vai atacar Fernando, rei de Aragão, sobre o potente reino de Castela. Para se defender do ataque do monarca português, se ajuntam uma multidão de vários inimigos vindos desde Cádiz ao alto Pirineu, estando todos eles sob o comando de Fernando. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que o rei Afonso V ataca o reino de Castela.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“Porém, depois do rei Afonso V ser tocado pela amarga e bela ambição e glória de governar, vai atacar Fernando, rei de Aragão, sobre o potente reino de Castela. Para se defender do ataque do monarca português, se ajuntam uma multidão de vários inimigos vindos desde Cádiz ao alto Pirineu, estando todos eles sob o comando de Fernando.”
CANTO IV – ESTROFE 58
“O capitão Vasco da Gama comenta a derrota do rei Afonso V na guerra contra Aragão, sendo o rei resgato por seu filho, o príncipe João”
Não quis ficar nos reinos ocioso
O mancebo Joane; e logo ordena
De ir ajudar o pai ambicioso,
Que então lhe foi ajuda não pequena.
Saiu-se enfim do trance perigoso
Com fronte não torvada, mas serena,
Desbaratado o pai sanguinolento;
Mas ficou duvidoso o vencimento.
“Não quis ficar nos reinos ocioso o mancebo Joane; e logo ordena de ir ajudar o pai ambicioso, que então lhe foi ajuda não pequena. Saiu-se enfim do trance perigoso com fronte não torvada, mas serena, desbaratado o pai sanguinolento; mas ficou duvidoso o vencimento. (1)”
(1) O jovem príncipe português Joao, que não queria fica ocioso no reino, partiu para ajudar seu pai, sendo que está ajuda foi muito importante, já que o rei Afonso V, embora tenha perdido a batalha, tenha conseguido sair vivo. Entretanto, existe certa dúvida sobre essa derrota. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que o príncipe João foi socorrer seu pai, o rei Afonso V, sendo que, sem tal ajuda, o rei teria morrido na batalha contra o rei Fernando de Aragão; também é questionado à derrota do rei português [continua na próxima estrofe].
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“O jovem príncipe português Joao, que não queria fica ocioso no reino, partiu para ajudar seu pai, sendo que está ajuda foi muito importante, já que o rei Afonso V, embora tenha perdido a batalha, tenha conseguido sair vivo. Entretanto, existe certa dúvida sobre essa derrota.”
CANTO IV – ESTROFE 59
“O capitão Vasco da Gama comenta as proezas do príncipe João quando enfrentou as forças espanholas”
Porque o filho sublime e soberano,
Gentil, forte, animoso cavaleiro,
Nos contrários fazendo imenso dano,
Todo um dia ficou no campo inteiro.
Destarte foi vencido Octaviano,
E Antônio vencedor, seu companheiro
Quando daqueles que Cesar mataram,
Nos filípicos campos se vingaram.
“Porque o filho sublime e soberano, gentil, forte, animoso cavaleiro, nos contrários fazendo imenso dano, todo um dia ficou no campo inteiro. Destarte foi vencido Octaviano, e Antônio vencedor, seu companheiro quando daqueles que Cesar mataram, nos filípicos campos se vingaram. (1)”
(1) A derrota do rei Afonso V é questionável, já que seu forte sublime filho – quando veio socorre-lo, permaneceu um dia todo no campo de batalha causando grandes danos aos adversários. Da mesma foi ocorreu quando Octaviano Cesar derrotado e foi socorrido por Marco Antônio quando seus vingaram-se dos assassinos de Júlio Cesar nos campos de Filipes. Camões canta que o capitão Vasco da Gama, continuando a contar a história de Portugal, comenta que é questionável a derrota do rei Afonso V, já que seu filho, o príncipe João, causou muito dano aos inimigos castelhanos.
Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:
“A derrota do rei Afonso V é questionável, já que seu forte sublime filho – quando veio socorre-lo, permaneceu um dia todo no campo de batalha causando grandes danos aos adversários. Da mesma foi ocorreu quando Octaviano Cesar derrotado e foi socorrido por Marco Antônio quando seus vingaram-se dos assassinos de Júlio Cesar nos campos de Filipes.”
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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Esses foram os nossos comentários sobre a quadragésima oitava a nonagésima nona estrofe do quarto canto de Os Lusíadas, onde Camões canta a expansão do reino de Portugal nas terras dos mouros na África.
Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.