Neste nosso sexagésimo terceiro comentário sobre Os Lusíadas, continuaremos a ler o sétimo canto da obra, onde Camões canta que o rei de Calecut manda o ministro Catual descobrir mais informações sobre os visitantes portugueses.

OS LUSÍADAS OS INDIANOS BUSCAM SABER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS VISITANTES PORTUGUESES
Os indianos buscam saber mais sobre os visitantes portugueses

CANTO VII – ESTROFE 66

“Enquanto aguardavam a resposta do rei de Calecut, o capitão Vasco da Gama e os portugueses são acolhidos no palácio do rei Samorim”

 

Agasalhados foram juntamente

O Gama e os portugueses no aposento

Do nobre regedor da indica gente,

Com festas e geral contentamento.

O Catual, no cargo diligente

De seu rei, tinha já por regimento

Saber da gente estranha donde vinha,

Que costumes, que lei, que terra tinha.

 

Agasalhados foram juntamente o Gama e os portugueses no aposento do nobre regedor da indica gente, com festas e geral contentamento. O Catual, no cargo diligente de seu rei, tinha já por regimento saber da gente estranha donde vinha, que costumes, que lei, que terra tinha. (1)

(1) O capitão Vasco da Gama e os portugueses foram recebidos com festas e muita alegria nos aposentos do nobre rei do povo indiano. Catual, como era ministro de seu rei, tinha por obrigação descobrir de onde vinham os estranhos visitantes, seus costumes, a religião que seguiam e a territórios que eles dominavam. Camões canta que o capitão Vasco da Gama e os seus marinheiros são acolhidos do palácio do rei Samorim de Calecut.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

O capitão Vasco da Gama e os portugueses foram recebidos com festas e muita alegria nos aposentos do nobre rei do povo indiano. Catual, como era ministro de seu rei, tinha por obrigação descobrir de onde vinham os estranhos visitantes, seus costumes, a religião que seguiam e a territórios que eles dominavam.

CANTO VII – ESTROFE 67

“O ministro Catual pede ao mouro Monçaide informações sobre os portugueses”

 

Tantos que os ígneos carros do fermoso

Mancebo Délio viu, que a luz renova,

Manda chamar Monçaide, desejoso

De poder-lhe informar da gente nova.

Já lhe pergunta pronto e curioso

Se tem notícia inteira, e certa prova

Dos estranhos quem são; que ouvido tinha

Que é gente de sua pátria mui vizinha;

 

Tantos que os ígneos carros do fermoso mancebo Délio viu, que a luz renova, manda chamar Monçaide, desejoso de poder-lhe informar da gente nova. Já lhe pergunta pronto e curioso se tem notícia inteira, e certa prova dos estranhos quem são; que ouvido tinha que é gente de sua pátria mui vizinha; (1)

(1) O ministro Catual, vendo que o Febo já vinha com seus ardentes carros anunciando o amanhecer com luzes renovadas, manda o mouro Monçaide, pois desejava informar-se dos visitantes portugueses; curioso, logo pergunta se conhecia e tinha provas de que esses visitantes eram quem dizem ser, pois sabia que o mouro vinha da pátria vizinhas de Portugal. Camões canta que, ao amanhecer em Calecut, o ministro Catual, querendo saber o máximo possível sobre os visitantes portugueses, pede ajuda ao mouro Monçaide.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

O ministro Catual, vendo que o Febo já vinha com seus ardentes carros anunciando o amanhecer com luzes renovadas, manda o mouro Monçaide, pois desejava informar-se dos visitantes portugueses; curioso, logo pergunta se conhecia e tinha provas de que esses visitantes eram quem dizem ser, pois sabia que o mouro vinha da pátria vizinhas de Portugal.

CANTO VII – ESTROFE 68

“Monçaide diz que os visitantes portugueses vêm da região da península Hispânica na Europa”

 

Que particularmente ali lhe desse

Informação mui larga, pois fazia

Nisso serviço ao rei, por que soubesse

O que neste negócio se faria.

Monçaide torna: “Posto que eu quisesse

Dizer-te disto mais, não saberia;

Somente sei que é gente lá de Espanha,

Onde o meu ninho e o Sol no mar se banha.

 

Que particularmente ali lhe desse informação mui larga, pois fazia nisso serviço ao rei, por que soubesse o que neste negócio se faria. Monçaide torna: “Posto que eu quisesse dizer-te disto mais, não saberia; somente sei que é gente lá de Espanha, onde o meu ninho e o Sol no mar se banha. (1)

(1) Catual queria que Monçaide lhe informasse o máximo possível, para que assim o ministro cumprisse a função com o rei e este soubesse o que fazer na atual situação. Responde Monçaide: “Mesmo se quisesse, eu não poderia dizer mais do que sei; sei que eles são da região da Espanha, que fica próxima de onde fica o meu país e onde o Sol descansa. Camões canta que o Catual tenta descobrir o máximo possível dos visitantes portugueses perguntado a Monçaide, este que responde que apenas sabe que eles vêm da região próxima da sua terra natal.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Catual queria que Monçaide lhe informasse o máximo possível, para que assim o ministro cumprisse a função com o rei e este soubesse o que fazer na atual situação. Responde Monçaie: “Mesmo se quisesse, eu não poderia dizer mais do que sei; sei que eles são da região da Espanha, que fica próxima de onde fica o meu país e onde o Sol descansa.

CANTO VII – ESTROFE 69

“Monçaide diz que os visitantes portugueses são cristãos e que são um povo muito combativo”

 

“Têm a lei dum profeta que gerado

Foi sem fazer na carne detrimento

Da mãe, tal que por bafo está aprovado

Do Deus, que tem no mundo regimento.

O que entre meus antigos é vulgado

Deles, é que o valor sanguinolento

Das armas no seu braço resplandece

O que em nossos passados se parece.

 

“Têm a lei dum profeta que gerado foi sem fazer na carne detrimento da mãe, tal que por bafo está aprovado do Deus, que tem no mundo regimento. O que entre meus antigos é vulgado deles, é que o valor sanguinolento das armas no seu braço resplandece o que em nossos passados se parece. (1)

(1) “Os portugueses seguem a religião de Cristo, o profeta que foi gerado sem que sua mãe perdesse a virgindade, apenas com o sopro de seu Deus, este que reina sobre todo o mundo. O que os meus antepassados dizem desse povo é a grande capacidade militar que eles possuem, já tendo sido visto pelos nossos antepassados. Camões canta que o mouro Monçaide, ao responder as perguntas do ministro Catual, diz que os portugueses são cristãos e são conhecidos pela sua grande capacidade militar.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

“Os portugueses seguem a religião de Cristo, o profeta que foi gerado sem que sua mãe perdesse a virgindade, apenas com o sopro de seu Deus, este que reina sobre todo o mundo. O que os meus antepassados dizem desse povo é a grande capacidade militar que eles possuem, já tendo sido visto pelos nossos antepassados.

CANTO VII – ESTROFE 70

“Monçaide diz que os portugueses conquistaram as terras de Portugal dos muçulmanos e, depois disso, foram conquistas os territórios africanos”

 

“Porque eles, com virtude sobre-humana,

Os deitaram dos campos abundosos

Do rico Tejo e fresco Guadiana,

Com feitos memoráveis e famosos;

E não contentes inda, na africana

Parte, cortando os mares procelosos,

Nos não querem deixar viver seguros,

Tomando-nos cidades e altos muros.

 

“Porque eles, com virtude sobre-humana, os deitaram dos campos abundosos do rico Tejo e fresco Guadiana, com feitos memoráveis e famosos; e não contentes inda, na africana parte, cortando os mares procelosos, nos não querem deixar viver seguros, tomando-nos cidades e altos muros. (1)

(1) Por que os portugueses, com seus valores sobre-humanos e seus feitos memoráveis, conseguiram conquistar as abundantes terras do rico rio Tejo e do fresco rio Guadiana que pertenciam ao meu povo; e, não estando satisfeitos com a fama de tais feitos, eles ainda cortaram os mares procelosos da África, tomando as cidades e os mouros do meu povo, não nos deixando viver seguros. Camões canta que o mouro Monçaide, ao responder as perguntas do ministro Catual, diz que os portugueses conquistaram as terras dos mouros na península Hispânica e também no continente africano.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Por que os portugueses, com seus valores sobre-humanos e seus feitos memoráveis, conseguiram conquistar as abundantes terras do rico rio Tejo e do fresco rio Guadiana que pertenciam ao meu povo; e, não estando satisfeitos com a fama de tais feitos, eles ainda cortaram os mares procelosos da África, tomando as cidades e os mouros do meu povo, não nos deixando viver seguros.

CANTO VII – ESTROFE 71

“Monçaide diz que os portugueses são um povo muito combativo, não sendo conhecido ninguém que os tenha derrotado”

 

“Não menos têm mostrado esforço e manha

Em quaisquer outras guerras que aconteçam,

Ou das gentes belígeras de Espanha,

Ou lá dalguns que do Pirene desçam.

Assi que nunca, enfim, com lança estranha

Se tem que por vencidos se conheçam;

Nem se sabe inda, não, te afirmo e asselo,

Pera estes Anibais nenhum Marcelo.

 

“Não menos têm mostrado esforço e manha em quaisquer outras guerras que aconteçam, ou das gentes belígeras de Espanha, ou lá dalguns que do Pirene desçam. Assi que nunca, enfim, com lança estranha se tem que por vencidos se conheçam; nem se sabe inda, não, te afirmo e asselo, pera estes Anibais nenhum Marcelo. (1)

(1) E eles também não mostraram menos esforço e astúcia em quaisquer outras guerras que aconteçam, tanto contra os bélicos espanhóis, ou contra algum povo que desça pelos montes Pirineus. Assim digo que não é conhecido ninguém que os tenha vencido, assim como não existe nenhum general capaz de para-los, como o grande Aníbal foi parado por Cipião. Camões canta que o mouro Monçaide, ao responder as perguntas do ministro Catual, diz que os portugueses também se mostraram muito capazes ao lutar contra outros povos, não sendo conhecido ninguém que os tenha derrotado. 

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

E eles também não mostraram menos esforço e astúcia em quaisquer outras guerras que aconteçam, tanto contra os bélicos espanhóis, ou contra algum povo que desça pelos montes Pirineus. Assim digo que não é conhecido ninguém que os tenha vencido, assim como não existe nenhum general capaz de para-los, como o grande Aníbal foi parado por Cipião.

CANTO VII – ESTROFE 72

“Monçaide diz que, se o ministro Catual deseja conhecer os portugueses, é melhor ele ir falar com eles diretamente em suas naus”

 

“E s’ta informação não for inteira

Tanto quanto convém, deles pretende

Informar-te, que é gente verdadeira,

A quem mais falsidade enoja e ofende;

Vai ver-lhe a frota, as armas e a maneira

Do fundido metal que tudo rende,

E folgarás de veres a polícia

Portuguesa na paz e na milícia.”

 

“E s’ta informação não for inteira tanto quanto convém, deles pretende informar-te, que é gente verdadeira, a quem mais falsidade enoja e ofende; vai ver-lhe a frota, as armas e a maneira do fundido metal que tudo rende, e folgarás de veres a polícia portuguesa na paz e na milícia.” (1)

(1) E se essa informação que eu te passo não for o suficiente, vá informar-se diretamente com eles, pois os são um povo sincero, que se enoja e ofende com a falsidade; vá ver você mesmo a frota, as armas e o metal fundido das bombardas que tudo destroem e, assim, saberás como são. Camões canta que o mouro Monçaide, ao terminar de responder as perguntas do ministro Catual, diz que pode ele mesmo ir ver os portugueses e seus poderio militar para confirmar o que foi dito.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

E se essa informação que eu te passo não for o suficiente, vá informar-se diretamente com eles, pois os são um povo sincero, que se enoja e ofende com a falsidade; vá ver você mesmo a frota, as armas e o metal fundido das bombardas que tudo destroem e, assim, saberás como são.

CANTO VII – ESTROFE 73

“Seguindo o conselho do mouro Monaide, o ministro Catual parte rumo as naus portuguesas, sendo recebidos por Paulo da Gama”

 

Já com desejos de Idólatra ardia

 De ver isso que o Mouro lhe contava;

Manda equiparar batéis, que ir ver queria

Os lenhos em que Gama navegava.

Ambos partem da praia, a quem seguia

A Naira geração, que o mar coalhava;

À capitania sobem, forte e bela,

Onde Paulo os recebe a bordo dela.

 

Já com desejos de Idólatra ardia de ver isso que o Mouro lhe contava; manda equiparar batéis, que ir ver queria os lenhos em que Gama navegava. Ambos partem da praia, a quem seguia a Naira geração, que o mar coalhava; à capitania sobem, forte e bela, onde Paulo os recebe a bordo dela. (1)

(1) O ministro Catual, com muita curiosidade de ver as formidáveis naus portuguesas e confirma o que contava o mouro Monçaide, manda preparar os batéis. Partem os dois da praia em direção aos navios, sendo seguidos pelos Naires; sobem à forte e bela capitania, onde Paulo, irmão do capitão Vasco da Gama, os recebe a bordo. Camões canta que o ministro Catual, estando impressionado pelo relato do mouro Monçaide, decide ele mesmo ir ver os portugueses e suas naus.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

O ministro Catual, com muita curiosidade de ver as formidáveis naus portuguesas e confirma o que contava o mouro Monçaide, manda preparar os batéis. Partem os dois da praia em direção aos navios, sendo seguidos pelos Naires; sobem à forte e bela capitania, onde Paulo, irmão do capitão Vasco da Gama, os recebe a bordo.

CANTO VII – ESTROFE 74

“Catual e Monçaide contemplam as bandeiras nas naus portuguesas”

 

Purpúreos são os toldos, e as bandeiras

Do rico fio são que o bicho gera;

Nelas estão pintadas as guerreiras

Obras que o forte braço já fizera;

Batalhas têm campais, aventureiras,

Desafios cruéis, pintura fera,

Que, tanto que ao Gentio se apresenta,

Atento nela os olhos apascenta.

 

Purpúreos são os toldos, e as bandeiras do rico fio são que o bicho gera; nelas estão pintadas as guerreiras obras que o forte braço já fizera; batalhas têm campais, aventureiras, desafios cruéis, pintura fera, que, tanto que ao Gentio se apresenta, atento nela os olhos apascenta. (1)

(1) Os toldos das naus são purpúreos e as bandeiras são feitas do rico fio do bicho-da-seda com representações dos grandes feitos militares que os portugueses já fizeram; estão desenhados as batalhas campais, as aventureiras e os desafios cruéis, com cenas ferozes que, ao serem vistas pelo ministro Catual, deixam o gentio com os olhos fixos. Camões canta que o mouro Monçaide e ministro Catual contemplam a capitania portuguesa junto de Paulo da Gama.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Os toldos das naus são purpúreos e as bandeiras são feitas do rico fio do bicho-da-seda com representações dos grandes feitos militares que os portugueses já fizeram; estão desenhados as batalhas campais, as aventureiras e os desafios cruéis, com cenas ferozes que, ao serem vistas pelo ministro Catual, deixam o gentio com os olhos fixos.

CANTO VII – ESTROFE 75

“Os visitantes são recebidos por Paulo da Gama na capitania portuguesa”

 

Pelo que vê pergunta; mas o Gama

Lhe pedia primeiro que se assente

E que aquele deleite, que tanto ama

A seita Epicuréia, experimente.

Dos espumantes vasos se derrama

O licor que Noé mostrara à gente;

Mas comer o Gentio não pretende,

Que a seita que seguia lho defende.

 

Pelo que vê pergunta; mas o Gama lhe pedia primeiro que se assente e que aquele deleite, que tanto ama a seita Epicuréia, experimente. Dos espumantes vasos se derrama o licor que Noé mostrara à gente; mas comer o Gentio não pretende, que a seita que seguia lho defende. (1)

(1) O ministro Catual, conforme vê a nau portuguesa, faz perguntas, mas Paulo da Gama pede para que o visitante primeiro se sente e experimente o vinho, a bebida tão amada pela seita de Epicuro. Dos vasos são derramados o licor, a bebida inventada por Noé; o gentio não aceita nenhum alimento, pois, de acordo com sua religião, não podiam comer diante de outras pessoas. Camões canta que Paulo da Gama serve bebidas aos visitantes indianos na capitania portuguesa.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

O ministro Catual, conforme vê a nau portuguesa, faz perguntas, mas Paulo da Gama pede para que o visitante primeiro se sente e experimente o vinho, a bebida tão amada pela seita de Epicuro. Dos vasos são derramados o licor, a bebida inventada por Noé; o gentio não aceita nenhum alimento, pois, de acordo com sua religião, não podiam comer diante de outras pessoas.

CANTO VII – ESTROFE 76

“Os visitantes são saudados nas naus portuguesas”

 

A trombeta, que, em paz, no pensamento

Imagem faz da guerra, rompe os ares;

C’o fogo o diabólico instrumento

Se faz ouvir no fundo lá dos mares.

Tudo o Gentio nota; mas o intento

Mostrava sempre ter nos singulares

Feitos dos homens que, em retrato breve,

A muda poesia ali descreve;

 

A trombeta, que, em paz, no pensamento imagem faz da guerra, rompe os ares; c’o fogo o diabólico instrumento se faz ouvir no fundo lá dos mares. Tudo o Gentio nota; mas o intento mostrava sempre ter nos singulares feitos dos homens que, em retrato breve, a muda poesia ali descreve; (1)

(1) A trombeta da capitania, que em tempos de paz faz pensamentos da guerra, rompe os ares e as bombardas disparam, fazendo um ruído que pode ser ouvido até no fundo dos mares. O ministro Catual presta atenção em tudo o que acontece, embora o seu interesse esteja nos grandes feitos dos homens que são descritos nas pinturas da capitania. Camões canta que trombetas e bombardas são usadas para saudar o ministro indiano, este que ainda está deslumbrado com as representações dos feitos portugueses nas bandeiras.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

A trombeta da capitania, que em tempos de paz faz pensamentos da guerra, rompe os ares e as bombardas disparam, fazendo um ruído que pode ser ouvido até no fundo dos mares. O ministro Catual presta atenção em tudo o que acontece, embora o seu interesse esteja nos grandes feitos dos homens que são descritos nas pinturas da capitania.

CANTO VII – ESTROFE 77

“Os portugueses começam a explicar o significado das bandeiras que estão nas naus portuguesas”

 

Alça-se em pé, com ele o Gama junto,

Coelho de outra parte e o Mauritano;

Os olhos põe no bélico transunto

De um velho branco, aspeito soberano,

Cujo nome não pode ser defunto

Enquanto houver no mundo trato humano:

No trajo a Grega usança está perfeita;

Um ramo, por insígnia, na direita.

 

Alça-se em pé, com ele o Gama junto, coelho de outra parte e o Mauritano; os olhos põe no bélico transunto de um velho branco, aspeito soberano, cujo nome não pode ser defunto enquanto houver no mundo trato humano: no trajo a Grega usança está perfeita; um ramo, por insígnia, na direita. (1)

(1) Catual levanta-se e Paulo da Gama, Nicolau Coelho e Monçaide fazem o mesmo; o indiano põe os olhos numa imagem dum velho branco de aspecto soberano e que seu nome não pode ser esquecido em quanto no mundo houver humanidade; o velho está representado com a exato traje grego: um ramo como insígnia na direita. Camões canta que o ministro Catual, estando reunido com Paulo da Gama, Nicolau Coelho e Monçaide, volta a sua atenção para um desenho numa bandeira que está na capitania portuguesa.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Catual levanta-se e Paulo da Gama, Nicolau Coelho e Monçaide fazem o mesmo; o indiano põe os olhos numa imagem dum velho branco de aspecto soberano e que seu nome não pode ser esquecido em quanto no mundo houver humanidade; o velho está representado com a exato traje grego: um ramo como insígnia na direita.

Gostou do conteúdo? Comece lendo a nossa série de posts sobre Os Lusíadas clicando aqui.

Leia o nosso próximo post sobre Os Lusíadas clicando aqui.

Os Lusíadas (Edição Didática) - Volume I e II – Editora Concreta

Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

os-lusíadasII-editora-concreta

Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

Esses foram os nossos comentários sobre a sexagésima sexta até a septuagésima sétima estrofe do sétimo canto de Os Lusíadas, onde Camões canta que o rei de Calecut manda o ministro Catual descobrir mais informações sobre os visitantes portugueses.

 

Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.

plugins premium WordPress