Neste nosso septuagésimo quarto comentário sobre Os Lusíadas, continuaremos a ler o nono canto da obra, onde Camões canta que os portugueses encontram a Ilha dos Amores que foi preparada por Vênus.

OS LUSÍADAS OS PORTUGUESES ENCONTRAM A ILHA DOS AMORES
Os portugueses encontram a Ilha dos Amores

CANTO IX – ESTROFE 51

“Os marinheiros portugueses, no de volta para Portugal, avistam a Ilha dos Amores”

 

Cortando vão as naus a larga via

Do mar ingente pera a pátria amada,

Desejando prover-se de água fria

Pera a grande viagem prolongada,

Quando, juntas, com súbita alegria

Houveram vistas da ilha namorada,

Rompendo pelo céu a mãe fermosa

De Menônio, suave e deleitosa.

 

Cortando vão as naus a larga via do mar ingente pera a pátria amada, desejando prover-se de água fria pera a grande viagem prolongada, quando, juntas, com súbita alegria houveram vistas da ilha namorada, rompendo pelo céu a mãe fermosa de Menônio, suave e deleitosa. (1)

(1) As naus dos portugueses iam atravessando os caminhos do imenso mar rumo à amada pátria portuguesa, sendo que os marinheiros desejavam encontrar o posto para reabastecer sua água; quando, juntas, com uma súbita alegria, eles avistaram a Ilha dos Amores, com a Aurora, ao romper os céus, estando suave e deleitosa. Camões canta que os portugueses seguiam navegando de volta para Portugal quando, de repente, avistaram a Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

As naus dos portugueses iam atravessando os caminhos do imenso mar rumo à amada pátria portuguesa, sendo que os marinheiros desejavam encontrar o posto para reabastecer sua água; quando, juntas, com uma súbita alegria, eles avistaram a Ilha dos Amores, com a Aurora, ao romper os céus, estando suave e deleitosa.

CANTO IX – ESTROFE 52

“Vênus movia a ilha em direção aos portugueses”

 

De longe a ilha viram fresca e bela,

Que Vênus pelas ondas lha levava,

(Bem como o vento leva branca vela)

Pera onde a forte armada se enxergava:

Que, por que não passem sem que nela

Tomassem porto, como deseja,

Pera onde as naus navegam a movia

A Acidália, que tudo enfim podia.

 

De longe a ilha viram fresca e bela, que Vênus pelas ondas lha levava, (bem como o vento leva branca vela) pera onde a forte armada se enxergava: que, por que não passem sem que nela tomassem porto, como deseja, pera onde as naus navegam a movia a Acidália, que tudo enfim podia. (1)

(1) Os portugueses viam de longe a bela e fresca ilha que Vênus levava pelas ondas até onde estava a forte armada, assim como o vento levava a branca vela da sua embarcação. Ela fazia para que os portugueses não passassem direto pela ilha, a ilha ia em direção a eles, pois este era o desejo de Vênus, que todo podia. Camões canta que a Ilha dos Amores ia em direção aos portugueses.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Os portugueses viam de longe a bela e fresca ilha que Vênus levava pelas ondas até onde estava a forte armada, assim como o vento levava a branca vela da sua embarcação. Ela fazia isso para que os portugueses não passassem direto pela ilha, a ilha ia em direção a eles, pois este era o desejo de Vênus, que todo podia.

CANTO IX – ESTROFE 53

“Os portugueses seguem em direção à Ilha dos Amores”

 

Mas firme a fez e imóbil, como viu

Que era dos nautas vista e demandada;

Qual ficou Delos, tanto que pariu

Latona Febo e a deusa à caça usada.

Pera lá logo a proa o mar abriu,

Onde a costa fazia uma enseada

Curva e quieta, cuja a branca areia

Pintou de ruivas conchas Citereia.

 

Mas firme a fez e imóbil, como viu que era dos nautas vista e demandada; qual ficou Delos, tanto que pariu Latona Febo e a deusa à caça usada. Pera lá logo a proa o mar abriu, onde a costa fazia uma enseada curva e quieta, cuja a branca areia pintou de ruivas conchas Citereia. (1)

(1) Mas, ao ver que os portugueses já tinham visto e iam em sua direção, Vênus fez a ilha parar de se mover, ficando firme e imóvel, assim como ficou a ilha de Delos após Latona pariu Febo e Diana. As proas das nas portuguesas seguiam rumo a ilha, onde a costa fazia uma curva e quieta enseada, e cuja a branca areia ficava vermelha por causa das conchas de Vênus. Camões canta que, como a Ilha dos Amores já foi avistada pelos portugueses, Vênus decidiu deixa-la parada, aguardando a chegada dos marinheiros.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Mas, ao ver que os portugueses já tinham visto e iam em sua direção, Vênus fez a ilha parar de se mover, ficando firme e imóvel, assim como ficou a ilha de Delos após Latona pariu Febo e Diana. As proas das nas portuguesas seguiam rumo a ilha, onde a costa fazia uma curva e quieta enseada, e cuja a branca areia ficava vermelha por causa das conchas de Vênus.

CANTO IX – ESTROFE 54

“A Ilha dos Amores possui três montes cobertos por gramíneas”

 

Três fermosos outeiros se mostravam

Erguidos com soberba graciosa,

Que de gramíneo esmalte se adornavam,

Na fermosa ilha alegre e deleitosa.

Claras fontes e límpidas manavam

Do cume, que a verdura tem viçosa;

Por entre pedras alvas se deriva

A sonorosa linda fugitiva.

 

Três fermosos outeiros se mostravam erguidos com soberba graciosa, que de gramíneo esmalte se adornavam, na fermosa ilha alegre e deleitosa. Claras fontes e límpidas manavam do cume, que a verdura tem viçosa; por entre pedras alvas se deriva a sonorosa linda fugitiva. (1)

(1) Na formosa, alegre e deleitosa ilha viam-se erguidos três formosos montes, estes que estavam adornados com gramíneas esmaltadas. Claras e límpidas fontes emanavam de seus verdes cumes, sendo que a sonorosa água caia por entre as alvas pedras. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Na formosa, alegre e deleitosa ilha viam-se erguidos três formosos montes, estes que estavam adornados com gramíneas esmaltadas. Claras e límpidas fontes emanavam de seus verdes cumes, sendo que a sonorosa água caia por entre as alvas pedras.

CANTO IX – ESTROFE 55

“Caia água de um dos montes em direção a um vale, formando assim um belíssimo lago”

 

Num vale ameno, que os outeiros fende,

Vinham as claras águas ajuntar-se,

Onde uma mesa fazem, que se estende

Tão bela quanto pode imaginar-se.

Arvoredo gentil sobre ela pende,

Como que pronto está para afeitar-se,

Vendo-se no cristal resplandecente,

Que em si o está pintando propriamente.

 

Num vale ameno, que os outeiros fende, vinham as claras águas ajuntar-se, onde uma mesa fazem, que se estende tão bela quanto pode imaginar-se. Arvoredo gentil sobre ela pende, como que pronto está para afeitar-se, vendo-se no cristal resplandecente, que em si o está pintando propriamente. (1)

(1) As águas que caiam do topo dos montes vinham se juntar num vale ameno que separava os montes, fazendo um lago que se estendia tão belo quanto pode-se imaginar. Gentis arvoredos pendiam sobre o vale como se estivessem prontos para enfeitar-se ao ver a resplandecente de água que se formava. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

As águas que caiam do topo dos montes vinham se juntar num vale ameno que separava os montes, fazendo um lago que se estendia tão belo quanto pode-se imaginar. Gentis arvoredos pendiam sobre o vale como se estivessem prontos para enfeitar-se ao ver a resplandecente de água que se formava.

CANTO IX – ESTROFE 56

“No vale existiam muitas árvores frutíferas”

 

Mil árvores estão ao céu subindo

Com pomos odoríferos e belos:

A laranjeira tem no fruito lindo

A cor que tinha Dafne nos cabelos.

Encosta-se no chão, que está caindo,

A cidreira c’os pesos amarelados;

Os fermosos limões, ali cheirando,

Estão virgíneas tetas imitando.

 

Mil árvores estão ao céu subindo com pomos odoríferos e belos: a laranjeira tem no fruito lindo a cor que tinha Dafne nos cabelos. Encosta-se no chão, que está caindo, a cidreira c’os pesos amarelados; os fermosos limões, ali cheirando, estão virgíneas tetas imitando. (1)

(1) Naquele vale, mil árvores estão subindo ao céu com frutas belas e cheirosas: a laranjeira tem lindos frutos da cor dos cabelos que tinha Dafne. A cidreira fica curvada, quase caindo no chão, por causa do peso dos seus frutos amarelos; os formosos e cheirosos limões parecem imitar seios de virgens. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Naquele vale, mil árvores estão subindo ao céu com frutas belas e cheirosas: a laranjeira tem lindos frutos da cor dos cabelos que tinha Dafne. A cidreira fica curvada, quase caindo no chão, por causa do peso dos seus frutos amarelos; os formosos e cheirosos limões parecem imitar seios de virgens.

CANTO IX – ESTROFE 57

“Descrição das árvores da Ilha dos Amores”

 

As árvores agrestes que os outeiros

Têm com frondente coma enobrecidos

Alemos são de Alcides, e os loureiros

Do louro deus amados e queridos;

Mirtos de Citeréia, c’os pinheiros

De Cibele, por outro amor vencidos;

Está apontando o agudo cipariso

Pera onde é posto o etéreo paraíso.

 

As árvores agrestes que os outeiros têm com frondente coma enobrecidos alemos são de Alcides, e os loureiros do louro deus amados e queridos; mirtos de Citeréia, c’os pinheiros de Cibele, por outro amor vencidos; está apontando o agudo cipariso pera onde é posto o etéreo paraíso. (1)

(1) As árvores silvestres que enobrecem os montes com abundantes copas são os alámos que coroavam a cabeça de Hércules, enquanto os loureiros são os do querido e amado deus Febo; mirtos são as árvores de Vênus, com os pinheiros de Cibele, que foi vencido por outro amor; o agudo cipreste está aponta para cima, onde é o etéreo posto do paraíso. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

As árvores silvestres que enobrecem os montes com abundantes copas são os alámos que coroavam a cabeça de Hércules, enquanto os loureiros são os do querido e amado deus Febo; mirtos são as árvores de Vênus, com os pinheiros de Cibele, que foi vencido por outro amor; o agudo cipreste está aponta para cima, onde é o etéreo posto do paraíso.

CANTO IX – ESTROFE 58

“Os frutos destas árvores são os mais saborosos do mundo”

 

Os dons que da Pamona, ali natura

Produze diferentes nos sabores,

Sem ter necessidade de cultura,

Que sem ela se dão muito melhores:

As cerejas purpúreas na pintura,

As amoras, que o nome têm de amores,

O pomo, que da pátria Pérsia veio,

Melhor tornado no terreno alheio.

 

Os dons que da Pamona, ali natura produze diferentes nos sabores, sem ter necessidade de cultura, que sem ela se dão muito melhores: as cerejas purpúreas na pintura, as amoras, que o nome tem de amores, o pomo, que da pátria Pérsia veio, melhor tornado no terreno alheio. (1)

(1) A Ilha dos Amores possui os dons da deusa Pomana, fazendo a natureza produzir frutos de sabores variados sem a necessidade de cultura, pois na ilha eles são muito melhores: na ilha há cerejas de cor púrpura; as amoras, que o nome vem de amor; o pêssego, que veio da Pérsia, mas na ilha melhor ainda. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

A Ilha dos Amores possui os dons da deusa Pomana, fazendo a natureza produzir frutos de sabores variados sem a necessidade de cultura, pois na ilha eles são muito melhores: na ilha há cerejas de cor púrpura; as amoras, que o nome vem de amor; o pêssego, que veio da Pérsia, mas na ilha melhor ainda.

CANTO IX – ESTROFE 59

“Os frutos destas árvores são os mais saborosos do mundo”

 

Abre a Romã, mostrando a rubicunda

Cor com que tu, rubi, teu preço perdes;

Entre os braços do ulmeiro está a jocunda

Vide, c’uns cachos roxos e outros verdes.

E vós, se na vossa árvore fecunda,

Pêra piramidais, viver quiserdes,

Entregai-vos ao dano que c’os bicos

Em vós fazem os pássaros inicos.

 

Abre a Romã, mostrando a rubicunda cor com que tu, rubi, teu preço perdes; entre os braços do ulmeiro está a jocunda vide, c’uns cachos roxos e outros verdes. E vós, se na vossa árvore fecunda, pêra piramidais, viver quiserdes, entregai-vos ao dano que c’os bicos em vós fazem os pássaros inicos. (1)

(1) Na Ilha dos Amores, quando as romãs abrem, surge uma rubicunda cor que faria um rubi perder o seu valor; nos braços do ulmeiro estão as uvas, com seus cachos roxos e verdes. E vós, peras piramidais, se na vossa fértil árvore quiser viver, entregai-vos ao dano causado pelos bicos das iníquas aves que vem lhe comer. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Na Ilha dos Amores, quando as romãs abrem, surge uma rubicunda cor que faria um rubi perder o seu valor; nos braços do ulmeiro estão as uvas, com seus cachos roxos e verdes. E vós, pêra piramidais, se na vossa fértil árvore quiser viver, entregai-vos ao dano causado pelos bicos das iníquas aves que vem lhe comer.

CANTO IX – ESTROFE 60

“A vegetação da Ilha era mais bela do o mais fino tapete Persa”

 

Pois a tapeçaria bela e fina,

Com que se cobre o rústico terreno,

Faz ser a de Aquemênia menos dina,

Mas o sombrio vale mais ameno.

Ali a cabeça a flor Cifísia inclina:

Sôbolo tanque lúcido e sereno;

Floresce o filho e neto de Ciniras,

Por quem tu, deusa Páfia, inda suspiras.

 

Pois a tapeçaria bela e fina, com que se cobre o rústico terreno, faz ser a de Aquemênia menos dina, mas o sombrio vale mais ameno. Ali a cabeça a flor Cifísia inclina: sôbolo tanque lúcido e sereno; floresce o filho e neto de Ciniras, por quem tu, deusa Páfia, inda suspiras. (1)

(1) A vegetação que cobria o rústico solo do vale mais parecia uma bela e fina tapeçaria, fazendo as tapeçarias da Persa parece menos dignas; o sombrio vale ficava mais amenos. Ali, a cabeça da flor de Narciso inclina sobre o lúcido e sereno lago; ali florescem as anêmonas, estas que um dia já foram o príncipe Adonis antes que tu, deusa Vênus, o transformar e flor. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

A vegetação que cobria o rústico solo do vale mais parecia uma bela e fina tapeçaria, fazendo as tapeçarias da Persa parece menos dignas; o sombrio vale ficava mais amenos. Ali, a cabeça da flor de Narciso inclina sobre o lúcido e sereno lago; ali florescem as anêmonas, estas que um dia já foram o príncipe Adonis antes que tu, deusa Vênus, o transformar e flor.

CANTO IX – ESTROFE 61

“A Ilha dos Amores era tão bela quanto a luz do Amanhecer”

 

Pera julgar difícil cousa fora,

No céu vendo e na terra as mesmas cores,

Se dava às flores cor a bela Aurora,

Ou se lha dão a elas as belas flores.

Pintando estava ali Zéfiro e Flora

As violas da cor dos amadores;

O lírio roxo, a fresca rosa bela,

Qual reluze nas faces da donzela.

 

Pera julgar difícil cousa fora, no céu vendo e na terra as mesmas cores, se dava às flores cor a bela Aurora, ou se lha dão a elas as belas flores. Pintando estava ali Zéfiro e Flora as violas da cor dos amadores; o lírio roxo, a fresca rosa bela, qual reluze nas faces da donzela. (1)

(1) Tão bela era a Ilha dos Amores que, se do céu visse, veríamos as mesmas cores na terra e na luz que vem da Aurora, sendo difícil julgar quem dá as cores para quem. Zéfiro, o vento do Oeste, e Flora, a deusa das flores, pintavam as violentas com a cor dos amadores, vermelho lírio e a fresca e bela rosa, esta que reluz nas faces das donzelas. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Tão bela era a Ilha dos Amores que, se do céu visse, veríamos as mesmas cores na terra e na luz que vem da Aurora, sendo difícil julgar quem dá as cores para quem. Zéfiro, o vento do Oeste, e Flora, a deusa das flores, pintavam as violentas com a cor dos amadores, vermelho lírio e a fresca e bela rosa, esta que reluz nas faces das donzelas.

CANTO IX – ESTROFE 62

“As flores eram belas e os animais ali viviam alegres”

 

A cândida cecém, das matutinas

Lágrimas raciada, e a manjerona.

Vêem-se as letras nas flores hiacintinas,

Tão queridas do filho de Latona;

Bem enxerga nos pomos e nas boninas

Que competia Clóris com Pomona,

Pois se as aves no ar cantando voam,

Alegres animais o chão povoam.

 

A cândida cecém, das matutinas lágrimas raciada, e a manjerona. Vêem-se as letras nas flores hiacintinas, tão queridas do filho de Latona; bem enxerga nos pomos e nas boninas que competia Clóris com Pomona, pois se as aves no ar cantando voam, alegres animais o chão povoam. (1)

(1) A Flora estava ali pintando os brancos lírios, os seus orvalhos matutinos e a manjerona; nos jacintos, tão queridas de Apolo, veem-se as letras da morte de Jacinto; nos pomos e boninas era possível ver Clóris competindo com Pomona, se as aves estão cantando e voando, alegres animais povoam o chão. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

A Flora estava ali pintando os brancos lírios, os seus orvalhos matutinos e a manjerona; nos jacintos, tão queridas de Apolo, veem-se as letras da morte de Jacinto; nos pomos e boninas era possível ver Clóris competindo com Pomona, se as aves estão cantando e voando, alegres animais povoam o chão.

CANTO IX – ESTROFE 63

“As aves cantavam e os animais viviam felizes”

 

Ao longo da água o níveo cisne canta,

Responde-lhe do ramo filomela;

Da sombra de seus cornos não se espanta

Actéon n’água cristalina e bela;

Aqui a fugace lebre se levanta

Da espessa mata, ou tímida gazela;

Ali no bico traz ao caro ninho

O mantimento o leve passarinho.

 

Ao longo da água o níveo cisne canta, responde-lhe do ramo filomela; da sombra de seus cornos não se espanta Actéon n’água cristalina e bela; aqui a fugace lebre se levanta da espessa mata, ou tímida gazela; ali no bico traz ao caro ninho o mantimento o leve passarinho. (1)

(1) Ao longo do lago, o níveo cisne canta, com o rouxinol lhe respondendo; os veados não se espantam com seus chifres ao ver a água bela e cristalina; da espessa mata, a lebre fugaz se levanta, ou a tímida gazela; ali o leve passarinho levava em seu bico o alimento que leva para o ninho. Camões canta a descrição da Ilha dos Amores.

Podemos, portanto, entender que a estrofe diz que:

Ao longo do lago, o níveo cisne canta, com o rouxinol lhe respondendo; os veados não se espantam com seus chifres ao ver a água bela e cristalina; da espessa mata, a lebre fugaz se levanta, ou a tímida gazela; ali o leve passarinho levava em seu bico o alimento que leva para o ninho.

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Esses foram os nossos comentários sobre a quinquagésima primeira até sexagésima terceira estrofe do nono canto de Os Lusíadas, onde Camões canta que os portugueses encontram a Ilha dos Amores que foi preparada por Vênus.

 

Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.

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