Venha conhecer os principais eventos que acontecem nas 104 estrofes que compõem o quarto canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

A BATALHA DE ALJUBARROTA
Os Lusíadas: Canto IV

A disputa do reino de Castela pelo trono de Portugal – Estrofes 1-11

Assim como no terceiro canto, o quarto canto de Os Lusíadas é composto pela narração que o capitão Vasco da Gama faz da história de Portugal ao rei de Melinde, sendo que agora ele contará os eventos que marcaram os séculos XIV e XV.

O reinado do rei Fernando I foi marcado por seu caso amoroso com Leonor de Castela e, quando o monarca veio a falecer, os nobres castelhanos voltaram sua atenção para o trono de Portugal, já que o único herdeiro deixado por ele era sua filha, d. Beatriz, que era esposa do rei de Castela.

Por outro lado, existia João, filho bastardo do rei Pedro I, que era português e apoiado pela população portuguesa. Com o impasse, um conflito entre se iniciou, ocorrendo várias revoltas no reino entre os apoiadores castelhanos de d. Beatriz e partidários de d. João.

O rei de Castela, não querendo perder a oportunidade de colocar sua esposa no trono português e, com isso, aumentar sua influência sobre toda a península Hispânica, forma um grande exército para atacar Portugal e colocar d. Beatriz no trono. O exército do rei era muito grande, sendo composto por muitas forças espanholas que eram aliadas do monarca castelhano.

 

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O discurso de Dom Nuno Álvares Pereira – Estrofes 12-21

João, que assumia a defesa de Portugal como João I, reuniu os nobres portugueses para conselho, a fim de se preparar para a defesa contra o ataque do reino de Castela.

Os nobres no conselho possuem opiniões muito variadas, tendo inclusive alguns querendo a rendição do reino ao inimigo invasor. O medo paira sobre muito no conselho, já que as forças portuguesas são muitíssimo inferiores as forças que Castela leva para o Ataque.

Mas Dom Nuno Álvares Pereira, nobre português que estava no conselho, não concorda com aqueles que desejam se render. Com um discurso firme, ele motiva os demais nobres, dizendo que Castela sempre foi subjugada pelos portugueses em combate e pede para eles honrarem o legado guerreiro de seus antepassados. Além disso, o D. Nuno pede para que os nobres confiem suas forças no rei João I, pois ele é o monarca que recuperara a honra e glória que foi perdida no reinado do rei Fernando I.

O discurso de D. Nuno é muito inspirador, removendo o medo que pairava no coração dos nobres portugueses e levando-os à defesa do reino de Portugal contra o ataque de Castela.

 

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A batalha de Aljubarrota – Estrofes 22-47

Os nobres portugueses, decididos a defender Portugal contra o Ataque de Castela vão ao combate. O povo português, que era a favor da defesa, se junta as forças de defesa. O exército do rei João I era comandado por D. Nuno, que o mais capaz dentre todos os cavaleiros portugueses.

Com o soar das trombetas de guerra, estas que abalam o ânimo de todos, a batalha de Aljubarrota se inicia.

Camões destaca os eventos em torno de D. Nuno que, por suas enormes capacidades militares, derruba muito inimigos castelhanos, até que é traído por seus próprios irmãos e precisa derruba-los também. Vários portugueses vão mostrando que estavam aliados ao reino de Castela e se voltam contra os irmãos portugueses.

A batalha prossegue com D. Nuno sendo cercado por muito adversários e sendo socorrido pelas forças que acompanhavam o rei João I. O monarca português, que passava pelas fileiras auxiliando as tropas, motiva os soldados portugueses com suas palavras, inspirando-os a continuar a luta pela defesa de Portugal.

Muito morrem, tantos os castelhanos que invadem como quanto os portugueses que se defendem, ficando o campo de batalha marcado por muito sangue e inúmeros corpos de homens derrotados. Quando, enfim, o estandarte de batalha de Castela cai, as forças castelhanas começam a ceder, mostrando a superioridade dos portugueses no combate.

Os portugueses avançam massacrando as forças de Castela, fazendo com que o inimigo invasor fuja do combate e, com isso, marcando a vitória de Portugal. O rei de Castela sobrevive e foge com aqueles que não foram consumidos pela ferocidade das forças portuguesas.  

Camões canta que Portugal ainda sobrepujou as forças castelhanas em outras batalhas até que a guerra se encerrou com a celebração de um casamento do rei de Portugal e Castela com princesas inglesas.

 

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A expansão do reino português na África – Estrofes 48-59

Após vencer o reino de Castela e se sagrar como décimo rei de Portugal, o rei João, continuando a tradição bélica expansionista portuguesa, segue para conquistas os territórios dos mouros, mas agora voltando-se para as terras africanas.

O monarca conquista a cidade de Ceuta, expulsando os mouros que viviam ali, até que chega o dia da morte de um dos maiores monarcas que Portugal já teve.

Com o falecimento do grande monarca, o trono português passa para seu filho, o rei Duarte I, que assume Portugal como o seu décimo primeiro rei.

Camões canta que o reinado do rei Duarte foi muito complicado, tendo o próprio irmão, D. Fernando, sendo derrotado e capturado pelas forças mouras inimigas. O caso de D. Fernando merece destaque, já que, quando foi derrotado, preferiu continuar preso do que ceder Ceuta aos mouros em troca do seu resgate.

Com a morte do rei Duarte I, o reino passou para seu filho, o rei Afonso V, que assumiu Portugal como o seu décimo segundo monarca. O reinado do rei Afonso foi marcado por muitas batalhas e muitas vitórias, sendo ele o grande responsável pela grande expansão do território de Portugal nas terras africanas. 

Porém o monarca não foi feliz em todas as suas campanhas, tendo sido derrotado em sua invasão ao reino de Castela, evento que ele até precisou ser resgatado por seu filho, o príncipe João. O príncipe se destacou muito nesta batalha, já que, além de ser o responsável por salvar a vida de seu ambicioso pai, também derrubou inúmeros castelhanos no combate.

 

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A viagem dos mensageiros portugueses no Oriente – Estrofes 60-65

Com a morte do rei Afonso V, o governo do reino passa para seu sobrinho, o rei João II, que assumiu Portugal como o seu décimo terceiro monarca.

Continuando o desejo de expansão de Portugal e querendo alcançar a glória eterna mais do que seus antecessores, o rei João II decidiu ampliar os horizontes ainda mais, mandando dois mensageiros em uma viagem rumo ao Oriente.

Os mensageiros fazem a viagem por dentro da Europa, saindo de Portugal e seguindo pela Espanha, França e a Itália, parando em Nápoles. Dali seguem para a Grécia e depois vão para o Egito e depois passam pelos desertos da Arábia, parando na região onde se encontram os rios Tigre e Eufrates. Seguem até chegarem no Oceano Índico e, por fim, alcançarem as terras indianas.

Ali viram os diferentes povos e seus diversos costumes. Infelizmente, os dois não conseguiram retornar de suas viagens, morrendo ambos no Oriente.

  

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O sonho do rei Manoel I – Estrofes 66-75

Com a morte do rei João II, assume o trono o seu primo, o rei Manoel I, sendo ele o décimo quarto rei de Portugal.

Já sendo conhecido os grandes méritos e recompensas no Oriente, o desejo de expandir o reino português para aquelas terras pairava na mente do novo monarca de Portugal, tanto que ele acabou tendo um sonho em que via aquelas terras tão distantes.

O rei Manoel I sonhou que estava voando sobre o mundo, vendo todo o Oriente de cima. Via os grandes e extensos montes do Himalaia, os famosos rios Indo e Ganges, os estranhos animais que habitavam a região, assim como os povos que ali viviam. Então, de cada um dos rios vê sair enormes homens velhos que andavam, estes que personificavam os próprios rios. Então, o homem velho que saiu do rio Gangues volta sua atenção para o rei e fala com o monarca, convocando-a a vir para o Oriente e conquistar essas terras e os povos que aqui vivem.

O monarca português acorda espantado de seu sonho, mas decidido a conquistar as terras do Oriente.

 

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Os preparativos para a viagem às terras do Oriente – Estrofes 76-93

O rei Manoel I convoca os nobres portugueses e conta tudo o que viu em seu sonho, estes que ficam admirados com o que houve e apoiam a decisão do monarca de conquistas as distantes terras orientais.

O capitão Vasco da Gama foi o marinheiro escolhido para liderar a expedição portuguesa, esta que seguiria contornando toda a costa africana até chegar nas terras da Índia. Juntam-se ao capitão vários marinheiros, todos querendo participar da empreitada e garantir que seu nome ficasse gravado na história, mesmo sabendo que tal aventura seria muito perigosa.

Antes da partida, os portugueses participam de uma celebração religiosa, pedindo para Deus abençoa-los e protege-los durante a viagem.

O capitão Vasco da Gama também comenta a tristeza das famílias dos marinheiros, principalmente das mulheres, que pediam para que eles não se arriscassem em tal empreitada. Tamanho era o sofrimento que ele decide sair com a frota sem se despedir das famílias, evitando que alguém, de última hora, desistisse da viagem.

 

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As falas do Velho do Restelo – Estrofes 94-104

O capitão Vasco da Gama comenta que, estando a frota prestes a partir das praias de Lisboa, surge um velho homem que começou a falar com os marinheiros, reprovando a atitude deles de se arriscarem em tal empreitada.

O velho dizia o desejo de fama e honra nada mais eram que nomes que utilizamos para disfarçar a cobiça dos homens, esta que é resultado da desgraça e sofrimento de todos. Continua dizendo que muitas fazendas, reinos e impérios queimaram por causa da cobiça, sendo a morte o resultado que os portugueses obterão em sua viagem.

Ele questiona o motivo dos portugueses buscarem conquistas em terras tão distantes, sendo que o inimigo mouro já é tão próximo e que o derrotar já é glória suficiente, assim como tomar seus bens é lucro merecido.

Concluí o velho culpando Prometeu por ter soprado o fogo na ambição nos corações dos homens e amaldiçoa o primeiro deles que decidiu se aventurar navegando nas águas do mar.

 

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Os Lusíadas (Edição Didática) - Volume I e II – Editora Concreta

Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

Esses foram os nossos comentários resumindo o quarto canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

Gostou do conteúdo? Leia os nossos comentários sobre o primeiro canto de Os Lusíadas aqui.

 

Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.

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