Venha conhecer os principais eventos que acontecem nas 95 estrofes que compõem o nono canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

OS LUSÍADAS CANTO VI
Os Lusíadas: Canto IX

A frota portuguesa parte de Calecut – Estrofes 1-15

O nono canto da obra começa com a continuação das desavenças do ministro Catual de Calecut contra os portugueses; ele, como tinha sido subornado pelos sacerdotes muçulmanos, pretendia destruir a frota portuguesa.

Os dois marinheiros que ficaram em terra tentavam vender as mercadorias e pagar a sua liberdade ao Catual, mas não encontravam nenhum comprador. O novo plano do ministro de Calecut para destruir os portugueses é os manter o máximo de tempo possível na costa até que uma frota de navios muçulmanos vindos de Meca chegue para destruí-los; todos ano vinha uma grande frota de navios de Meca para negociar mercadorias e ela, por ser tão grande e poderosa, facilmente destruiria os navios portugueses que estavam tão frágeis naquele momento.

Mas, por misericórdia divina, o mouro Monçaide, que tinha se afeiçoado pelos portugueses e sabia o que poderia acontecer, vai até a capitania portuguesa e os informa da chegada dessa frota da Arábia. Ao ouvir isso o capitão Vasco da Gama manda que os dois marinheiros que estavam em terra retornassem para as naus, mas, para sua infelicidade, os dois foram pegos tentando fugir e foram presos pelos indianos.

Em resposta a injusta prisão de seus marinheiros, o capitão Vasco da Gama revida tal agressão ao fazer alguns mercadores indianos de reféns. O rei Samorim de Calecut, ao saber de todo o ocorrido e ver que o ministro Catual e seus sacerdotes desejam destruir os portugueses, manda que os dois marinheiros sejam libertados e permite que o capitão Vasco da Gama e sua frota possa partir de Calecut.

Com isso, estando finalmente desimpedidos, a frota portuguesa deixa a costa da Índia e começa a sua viagem de volta para Portugal, sendo que eles levam as mercadorias que receberam em Calecut junto com o mouro Monçaide, este que decidiu ir com eles para Portugal.

 

Comece a ler os nossos comentários completos sobre a partida dos portugueses de Calecut aqui.

O plano de Vênus para recompensar os portugueses – Estrofes 16-24

A frota portuguesa deixa as terras indianas e começa a navegar de volta para Portugal. Após sua longa e bem-sucedida empreitada, os marinheiros estão ansiosos para concluir esta jornada e voltar para as suas casas.

Vênus, que sempre protegeu e auxiliou os portugueses, deseja recompensa-los por terem realizado feito tão impressionante e inédito. A deusa do amor queria dar-lhes algo que aliviasse os grandes sofrimentos, dando a eles felicidade e o descanso merecido.

Para isso, ela prepara uma de suas ilhas, esta que será bela e o palco onde o Vênus deixara belas ninfas que receberão e recompensarão os portugueses com inúmeros prazeres. Como as ninfas e as demais divindades marítimas ainda estavam enfurecidas com os portugueses por causa das maquinações de Baco, Vênus percebe que precisara da ajuda de Cupido, seu filho, para enfeitiçar as ninfas e faze-las se enamorarem pelos portugueses.

Tendo já elaborado o seu plano, ela parte com sua carruagem para encontrar o Cupido.  

 

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Vênus pede ajuda ao Cupido – Estrofes 25-42

Vênus chega aos montes onde habita o Cupido, encontrando-o preparando uma expedição com seu exército de meninos para castigar as pessoas que preencheram os seus corações com os vícios que ocupam o lugar do amor. Ver que como o mundo é repleto de bajuladores e pessoas que só pensam nelas mesmo entristece Vênus.

Os meninos voadores de Cupido preparavam as suas terríveis flechas de amor, enquanto outros treinavam a pontaria atirando nas pessoas e, assim, causando confusão. 

A deusa do amor então é recebida pelo Cupido e por seus meninos e, sem querer perder tempo, pede para que ele a ajude a recompensar os tão queridos portugueses. Comenta que preparará uma de suas ilhas e a enchera com as ninfas, sendo que serão atingidas pelas flechas de amor, ficando assim enamoradas pelos portugueses.

 

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Cupido ataca as ninfas com suas flechas – Estrofes 43-50

Após Vênus concluir o seu pedido de ajuda, Cupido se prepara para acatar a solicitação de sua mãe. Para que ele pudesse fazer as ninfas ficarem enamoradas pelos portugueses, ele diz que precisa da ajuda da deusa Fama, pois é ela quem espalhara o nome e os feitos dos portugueses, deixando-os conhecidos entra as ninfas.

Com a Musa ao seu lado, Cupido a manda ir na frente cantando os feitos dos portugueses nas profundas cavernas do mar. Tamanho é o poder da Fama que, logo quando canta, já dissipa a má influência que Baco deixou sobre todos os deuses marítimos, deixando-os mais afeiçoados aos marinheiros portugueses.

Enquanto a Musa canta, o Cupido faz o seu trabalho, disparando as suas flechas de amor no coração das ninfas nereidas. Uma a uma as ninfas cão caindo, ficando todas elas enamoradas pelos portugueses.

Com seu plano se concretizando, Vênus guia as ninfas até a sua, para que lá fiquem esperando a chegada dos marinheiros portugueses.

 

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Os portugueses encontram a Ilha dos Amores – Estrofes 51-63

Os portugueses, enquanto seguiam caminho para retornar para Portugal, avistam a Ilha dos Amores que foi preparada por Vênus; a deusa, querendo evitar que a frota portuguesa passasse direto pela ilha, fazia com que ela se movimentasse em direção a eles.

Ao ver que os portugueses já tinham visto e iam em direção a ilha, Vênus fez com que ela ficasse imóvel, aguardando a chegada deles.

Camões faz uma longa descrição da Ilha dos Amores, mencionando a sua belíssima vegetação, sendo principalmente composta de árvores frutíferas de todo o mundo, sendo que os seus frutos eram muito mais saborosos do que em qualquer outro lugar.

 

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Os portugueses desembarcam na Ilha dos Amores – Estrofes 64-73

Já tendo alcançado a paradisíaca ilha preparada por Vênus, os portugueses desembarcam nas suas praias sem nem imaginar que as ninfas estavam os esperando.

Tamanha foi a surpresa deles ao as encontrarem, pois saíram pela floresta em busca de uma boa caça, mas acabaram encontrando presas muito melhores. Surpresos e deslumbrados, os portugueses começam a segui-las.

Seguindo os conselhos que foram dados pela experiente Vênus, as ninfas não se entregam de imediato aos marinheiros; correm deles, fingindo que não os desejam.

 

Comece a ler os nossos comentários completos sobre o desembarque dos portugueses na Ilha dos Amores aqui.

Os portugueses e as ninfas ficam juntos – Estrofes 74-89

Essa atitude das ninfas de fugir dos portugueses foi apenas para deixá-los excitados e descontrolados, fazendo com que aumentasse ainda mais o desejo deles por essas belas deusas.

Leonardo, um dos marinheiros, persegue uma das belas ninfas. Ele, que muita já sofreu pela tremenda falta de sorte no amor, se deixou entregar mais uma vez ao desejo e, esperançoso, corre atrás da ninfa em busca de seu amor. Após ser perseguida e ouvir o lamento e a declaração do marinheiro, a ninfa se entrega a ele.

Com isso, todos os marinheiros ficam juntos com as belas ninfas que Vênus colocou na Ilha dos Amores; além disso, elas também os coroam com louras e prometem estar sempre junto com eles.

Dentre os marinheiros portugueses, o mais bem recompensado foi o capitão Vasco da Gama; ele, por ser o grande líder está árdua empreitada, recebeu os doces carinhos de Tétis, a mais importante de todas as ninfas. Ela o leva até um palácio de cristal que fica na ilha, onde os dois ficam juntos.

Assim ficaram os portugueses e as ninfas, sendo que elas e a ilha simbolizam as glorias honras e triunfos dos grandes homens.

 

Comece a ler os nossos comentários completos sobre o encontro dos portugueses com as ninfas aqui.

Camões fala sobre a Fama e Glória– Estrofes 90-95

Camões encerra o nono canto comentando sobre a imortalidade que os homens alcançam por seus feitos famosos e gloriosos.

Cabia aos antigos poetas o dever de imortalizar os grandes homens, pois, com seus grandes versos, eles relatavam os seus feitos, fazendo com que continuassem sendo lembrados muito tempo depois de suas mortes.

Camões diz que, se quiseres alcançar a fama, a glória e serdes imortais, que busquem se livrar do ócio e ir atrás de grandes feitos. É realizando grandes e virtuosos feitos que se alcançara a imortalidade e, assim, conseguir ser recebido na Ilha dos Amores.

 

Comece a ler os nossos comentários completos sobre os comentários de Camões sobre a Fama e a Glória aqui.

Os Lusíadas (Edição Didática) - Volume I e II – Editora Concreta

Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II

Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.

 

Esses foram os nossos comentários resumindo o nono canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.

Gostou do conteúdo? Leia os nossos comentários sobre o primeiro canto de Os Lusíadas aqui.

 

Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.

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