Venha conhecer os principais eventos que acontecem nas 99 estrofes que compõem o oitavo canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
As pinturas dos ilustres lusitanos I – Estrofes 1-24
O oitavo canto começa com Camões voltando a narrar a passagem dos portugueses em Calecut, na Índia. O ministro Catual, que tinha sido incumbido pelo rei Samorim de descobrir mais informações sobres os visitantes portugueses, foi até as naus deles para conhece-los melhor.
O indiano foi recepcionado por Paulo da Gama na capitania portuguesa, tendo o mouro Monçaide como tradutor. No lugar estavam dispostas varias bandeiras com pinturas que, segundo Paulo, representavam os ilustres homens portugueses que ficaram marcados na história por seus heroicos feitos.
Paulo da Gama começa mostrando a figura de Luso, companheiro e amante do deus Baco, sendo que é por causa dele que a península recebe o nome de Lusitânia. Em seguida mostra a figura de Ulisses, o lendário herói que participou do cerco de Troia e que, ao voltar da guerra, ficou perdido no mar. Segundo contam os mitos, teria sido Ulisses o fundador da cidade de Lisboa.
Outro dos heróis da antiguidade que são retratados é Viriato, um grande guerreiro que se rebelou e lutou bravamente contra Roma. Também mostra a figura de Sertório, outro grande guerreiro lusitano que se rebelou contra os romanos.
Em seguida começa a mostrar as figuras de heróis mais contemporâneos: começa com o D. Henrique, o conde de Portugal que lutou bravamente contra as forças dos mouros e que plantou a semente do que viria a ser a ilustre sucessão de monarcas portugueses. Depois mostra a figura do grande rei Afonso I, o fundador do reino de Portugal que, de tão grandioso, é comprado com Júlio Cesar e Alexandre Magno. Paulo da Gama também comenta a pintura de Egas Moniz, vassalo do rei Afonso.
Também mostra representações de outros grandes homens que, lutando ao lado do rei Afonso I, edificaram as bases do reino de Portugal.
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As pinturas dos ilustres lusitanos II – Estrofes 25-44
Paulo da Gama continua mostrando as representações de vários heróis portugueses que marcaram os seus nomes na história por seus grandes feitos.
Destes heróis, destaca-se Dom Nuno Álvares de Pereira, grande cavaleiro português que comandou os exércitos do ilustre rei João I durante a defesa de Portugal contra a invasão de Castela. Também comenta as representações de alguns homens que se destacaram durante essa época.
Além mostrar aqueles homens que lutaram em solo europeu, Paulo da Gama também mostra as pinturas dos portugueses que expandiram o reino nas terras africanas.
O ministro Catual de Calecut fica muito impressionado com a exposição feita por Paulo da Gama, percebendo que os portugueses são um povo muito esforçado e guerreiro. Tendo visto tudo, ele deixa a capitania portuguesa e retorna para Calecut.
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A nova armadilha de Baco contra os portugueses – Estrofes 45-57
O rei Samorim de Calecut, que deseja saber mais informações sobre os portugueses e assim poder dar a resposta a proposta do capitão Vasco da Gama, manda os seus feiticeiros utilizarem de sua magia para saber quem realmente estes marinheiros visitantes. Ao utilizarem de suas magias demoníacas, os magos olham o futuro e veem que os portugueses dominarão as terras da Índia.
Mas Baco, que ainda não tinha desistido de destruir os portugueses, se disfarça na forma do profeta Maomé e entra no sonho de um sacerdote muçulmano de Calecut. No sonho, ele engana o sacerdote, dizendo que os portugueses, na verdade, são inimigos e que a frota do capitão Vasco da Gama deve ser destruída agora que estão aqui pois, no futuro, hão de voltar mais fortes e conquistar todo o Oriente.
O sacerdote muçulmano, ao acreditar nas mentiras de Baco, convocar um conselho com os demais membros de sua religião e os informa da mensagem que recebeu. No conselho, os sacerdotes decidem que, para destruir a frota portuguesa, eles precisam enganar o rei Samorim; para isso, eles subornam os conselheiros do rei, para que assim eles voltassem o monarca contra os portugueses.
Camões faz algumas considerações sobre o quão importante é para o rei estar cercado de pessoas boas e virtuosas e como os interesseiros e mal intencionados podem prejudicar um reinado. Cita o capitão Vasco da Gama como um exemplo, comentando o desejo dele servir ao rei de Portugal.
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Os questionamentos do rei Samorim ao capitão Vasco da Gama – Estrofes 58-77
Já tendo passado um tempo após a oferta de aliança que fez ao rei Samorim, o capitão Vasco da Gama vai até o monarca indiano para ouvir sua resposta.
Neste momento, o rei Samorim já estava influenciado pelos seus corruptos conselheiros e pelas palavras dos muçulmanos, e temia se aliança aos portugueses, embora também estivesse sendo influenciado por sua própria cobiça, já que o capitão português prometeu que, se ele aceitasse uma aliança com Portugal, ganharia muitas riquezas nas negociações.
Indeciso se deve ou não se aliar aos portugueses, o rei Samorim manda chamar o capitão Vasco da Gama em privado e o questiona, perguntando se ele é realmente um emissário de um grande e distante reino ou se não passa de um nômade vagabundo ou algum tipo de pirata.
O capitão Vasco da Gama, que já suspeitada da possibilidade de algum mal ser feito pelos muçulmanos, responde ao monarca de Calecut reafirmando que ele realmente é quem diz ser, já que não faria nenhum sentido para um vagabundo ou pirata se lançar em tal empreitada.
Após ouvir os argumentos do capitão português, o rei Samorim fica convencido e aceita proposta de aliança com Portugal. Manda que ele, antes de partir com as naus de volta para Portugal, pegue algumas mercadorias de seu reino e leve-as em sua viagem.
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O capitão Vasco da Gama fica preso em Calecut – Estrofes 78-99
Já tendo concluído as negociações com o rei Samorim, o capitão Vasco da Gama pede ao ministro Catual que prepare as canoas para que o leve para as suas embarcações, mas o conselheiro indiano tinha outros planos mente.
Como tinha sido subornado pelos sacerdotes muçulmanos, Catual ainda desejava destruir os portugueses, mas, como ainda não tinha decidido como fazer isso, já que o plano de manipular o rei Samorim contra os portugueses fracassou, ele começa a enrolar o capitão Vasco da Gama, retardando a partida dele de Calecut o máximo de tempo possível.
O capitão Vasco da Gama, que pouco tempo depois já percebe as suspeitas intenções do ministro indiano, o questiona diretamente, perguntando o motivo dele não deixa-lo partir, já que o próprio rei de Calecut autorizou a sua partida.
Como queria destruir o capitão e toda a sua frota estrangeira, o ministro responde dizendo que o capitão Vasco da Gama e suas intenções são suspeitas e que, se ele realmente quer deixar a cidade, que mande suas embarcações atracarem diretamente no porto.
Por medidas de segurança, os portugueses evitavam atracar diretamente nos locais onde paravam, preferindo ficarem um pouco longe e desembarcar em terra por meio das suas canoas. Como, nesta situação, as canoas estavam em posse do Catual e este desejava que as naus se aproximassem da cidade, ficou claro para o capitão Vasco da Gama que o ministro conselheiro indiano desejava destruí-lo junto com seus navios.
Perturbado por seus pensamentos, já que, como comandante, precisa sempre estar preparado para quaisquer situações, o capitão Vasco da Gama decide não acatar o que diz Catual e ficar preso em Calecut, já que sua vida tinha muito menos valor do que a frota portuguesa.
Catual, temendo que seus planos vis possam ser descobertos por seu rei, propõem que o capitão Vasco da Gama pegue as mercadorias que recebeu e as venda na cidade e, após isso, entregue o ouro que receber. Assim o Catual ficaria com o ouro e deixaria os portugueses partirem de Calecut. O capitão Vasco da Gama aceita a nova proposta e manda uma mensagem as naus dizendo para trazem as mercadorias para terra.
Dois marinheiros portugueses trazem a mercadoria e ficam em terra para garantir que o acordo seja concretizado, enquanto que o capitão Vasco da Gama é solto e retorna para suas naus.
Camões faz alguns comentários sobre a cobiça pelo ouro, dizendo que ela é dos piores males, já que corrompe a todos.
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Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume I
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Os Lusíadas (Edição Didática) – Volume II
Obra completa de Camões com notas e comentários de Francisco de Sales Lencastre, sendo a melhor edição para quem busca compreender todos os detalhes deste grande épico.
Esses foram os nossos comentários resumindo o oitavo canto de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
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Eu sou Caio Motta e convido você a continuar acompanhando os nossos comentários sobre a grande obra de Camões, bem como demais textos da grande literatura universal presentes no nosso blog.